domingo, 22 de maio de 2011

Furacão vai arrasar no Carnaval dos Amigos

Nássara foi compositor popular e caricaturista de talento
Agora está ficando bem pertinho. Só faltam 265 dias para o Carnaval dos Amigos, que acontece há nove anos, em Goiânia, no sábado anterior ao sábado de Carnaval. No ano que vem será no dia 12 de fevereiro. A última vez que escrevi sobre essa festa (clique aqui) faltavam 347 dias, lembram? 
Esse nosso encontro anual veio à minha memória depois de ouvir a bela marcha carnavalesca Furacão, de Antônio Nássara e Haroldo Lobo, composta em 1940 e regravada no CD Sopa de Concha, na voz de Hélio Ziskind e Ná Ozetti. Ela tem o perfil das marchinhas que animam o Bloco dos Amigos, lá no Flamingo, enquanto a bandinha carnavalesca não chega (clique aqui para ouvir a marcha-enredo do bloco).
Essa tradição dos blocos de ruas, embalados por marchinhas, frevos e sambas de enredo, está ganhando força pelo Brasil afora – felizmente, para quem gosta de um bom e saudável Carnaval.
Haroldo Lobo, pai de Edu Lobo, é um compositor consagrado, autor da maravilhosa Chuvas de Verão, regravada por Caetano Veloso. Antonio Nássara, além de compositor, foi caricaturista de vários jornais e revistas. Na década de 70, seus desenhos saiam no Pasquim. Era vizinho de Noel Rosa, na Vila Izabel, e compôs muitas canções com o poeta da Vila e também com Ary Barroso e Lamartine Barros. Nássara venceu vários concursos de músicas carnavalescas nos anos 30.
A música, que reproduzo abaixo, retrata o típico humor carioca, que resiste a todas intempéries, inclusive a essa visão de um furacão atingindo o Rio de Janeiro. Cai uma pedra na cabeça e como está doendo pra chuchu, é bom chamar o doutor lá na farmácia. O arranjo é de Swami Júnior e lembra os desenhos animados de antigamente, misturando sopros, percussão e cordas. Confiram no áudio abaixo e leiam a letra.
(Dever de casa para os amigos do Bloco dos Amigos: decorar a letra pra ser cantada no Flamingo).

Furacão
(Antônio Nássara e Haroldo Lobo)

O furacão derrubou meu barracão
Caiu uma pedra e um tijolo na cabeça
Tô machucado, tá doendo pra chuchu
Ai, Ai, Ai que dor
Vai na farmácia que eu preciso de um doutor

A ventania começou quando eu dormia
Acordei, não vi o dia, era tudo escuridão
Eu levantei e fiz pelo sinal da cruz
Quis acender a luz, não encontrei o lampião
Uh! Uh!
E é assim que fazia o furacão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário