Inezita Barroso (E) no início da carreira (Arquivo Estadão) |
Ignez Magdalena Aranha de Lima
pouquíssimas pessoas fazem ideia de quem seja. Mas, Inezita Barroso, milhões de
brasileiros guardam-na no coração e vão preservá-la na memória pra sempre. Não
apenas porque era doutora honoris causa
em folclore pela Universidade de Lisboa, mas principalmente porque exerceu com
talento e grandeza as profissões de cantora, atriz, instrumentista,
bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão.
Produziu espetáculos e atuou em álbuns, cinema e teatro.
Morreu justamente no dia 08 de março,
dedicado às mulheres, quatro dias depois de ter completado 90 anos. Nasceu no
bairro Barra Funda, em São Paulo, e passou a infância cercada de influências musicais
diversas. Na fazenda da família, no interior paulista, apaixonou-se pela música
caipira e pelas tradições populares, das quais seria uma fiel defensora e
preservadora ao longo de toda a vida. Só à frente do programa “Viola, minha
viola” esteve por quase 35 anos.
Em dezembro do ano
passado, levou uma queda na casa da sua única filha, Marta Barroso. De lá pra
cá, passou a sentir cansaço e a ficar mais tempo em repouso. No dia 19 de
fevereiro, teve febre e foi internada no hospital Sírio Libanês. Morreu de
insuficiência respiratória aguda. Além da filha Marta, deixa três netas e cinco
bisnetos.
O universo da música popular
brasileira fica mais pobre ao perder Inezita e todo o belo trabalho que exercia
em torno do folclore. O cantor Lourenço, da dupla Lourenço e Lourival, definiu
bem essa perda tão sentida pelos brasileiros: “É uma peça que quebrou e não tem
reposição”.
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