Minha sogra Odessa de
Freitas tinha uma frase lapidar sobre café. Quando me encontrava na cozinha,
terminando de fazer um cafezinho, ela chegava mansamente e dizia: “Cheiro de
café a gente escuta longe...”. Nem precisa dizer mais nada
sobre o aroma produzido por esse produto. Quem aprecia a
bebida sabe quanto é excitante quando seu cheiro chega ao nosso olfato.
Nesse Dia
Nacional do Café, que se comemora hoje (24/5), é bom relembrar que o cafezinho já foi
condenado por ser uma bebida "prejudicial à saúde", durante muitos anos. Depois
descobriram que não era bem assim... até virou moda dizer que, muito ao
contrário, ela nos faz bem, evitando-se o excesso, claro. Os mais entendidos dizem até que o café tem propriedades nutracêuticas (nutricional e farmacêutica).
É uma das poucas paixões
nacionais que conseguem disputar com o futebol. Tenho verdadeiro fascínio pelo
café, embora procure tomar de forma regrada por recomendações médicas – é
sempre assim, eles só nos limitam o usufruto das coisas boas.
Minha admiração pelo café,
assim como pelo rádio, vem dos tempos de criança, quando ficava a ouvir
programas musicais no aparelho localizado e sintonizado na cozinha. Além
do aroma das comidas, escutava-se por lá o cheiro bom de um cafezinho preparado
no fogão de lenha.
Para
comemorar essa data, seguem dois poemas e duas músicas. O ideal é que, enquanto
leiam e escutem as melodias, os amigos do blog tenham ao lado uma xícara de café,
feito na hora, com amor e carinho. O prazer será dobrado, com certeza.
Primeiro café
Matheus Carvalho
Precisa ler, precisa
virar página, superar,
esquecer essa
mulher.
Segundo café.
Não pode ler, tenta
ouvir música, abafar
coração e falta
de fé.
Terceiro café.
Volta a rotina, trabalho
em dois turnos, estudo
de noite, o que mais se
quiser.
Quarto café.
Evita o rumor de
não mais poder ser
o que você
é
virar página, superar,
esquecer essa
mulher.
Segundo café.
Não pode ler, tenta
ouvir música, abafar
coração e falta
de fé.
Terceiro café.
Volta a rotina, trabalho
em dois turnos, estudo
de noite, o que mais se
quiser.
Quarto café.
Evita o rumor de
não mais poder ser
o que você
é
Simplesmente
café
José
Carlos Camapum Barroso
Café bebida boa
Não se cheira apenas,
Escuta-se de longe...
Café bom bebe-se,
Degusta-se como vinho.
Café com leite,
Mistura de raças
E aliança política.
Café e rádio...
Café e rapé...
Rosário de café!
Simplesmente... Café.
Café filho e pai
De gerações e ilusões.
Café planta,
Plantação
Que encanta.
Torrado e moído,
No vácuo,
Cápsula que excita.
Café afrodisíaco.
Café e conversa,
Em prosa e versos.
Com chocolate,
Bate papo cremoso...
Simplesmente café.
Eternamente, café.
Eternamente, café.
Bela homenagem ao nosso querido (pretinho) de cada dia !!! Por falar nisso logo mais sairá um fresquinho viu...
ResponderExcluirMuito bons esses dois poemas. O primeiro casual e filosófico;o segundo, despretensioso e aromático! Ao estilo de Bandeira, simples e lírico.ambos convidam a degustar um café, um café à brasileira, que coisa melhor não há! E viva o Cafezal em flor!
ResponderExcluirQue maravilha de poemas!
ResponderExcluirE a melidia do cafezal em flor nos enche o peito como aroma do café ☕ quente!
O primeiro é do meu filho Matheus..
ResponderExcluirDois belos poemas, amo café, o café é bebido para salvar o que a razão não alcança. O cafezal em flor é belo, garantia de um fruto especial.Muito bom.
ResponderExcluir