Aprecio bastante os fenômenos da natureza. Principalmente os que envolvem a Lua. O amanhecer desta quarta-feira foi marcado por uma rara coincidência envolvendo o astro inspirador dos poetas e seresteiros. Em algumas regiões do planeta, o cidadão pode observar uma Superlua, uma Lua Azul e uma Lua de Sangue, esta última em decorrência de um eclipse lunar. A agência espacial americana, Nasa, está chamando essa junção de "Superlua Azul de Sangue" (Super Blue Blood Moon).
Infelizmente,
no Brasil, o fenômeno ocorre na noite desta quarta-feira sem o eclipse, que
poderá ser visto apenas em algumas
localidades do extremo norte do país. Portanto, a maioria dos
brasileiros poderá observar somente a Lua cheia em seu perigeu, o que se chama
de Superlua e ocorre quando o satélite chega a um ponto muito próximo da Terra.
Mesmo assim, de rara beleza.
A coincidência da Superlua com um eclipse não acontecia desde 1982. Ele pode ser visto melhor na América do Norte, Oriente Médio, Ásia, Rússia Oriental, Austrália e Nova Zelândia.
Esta Superlua é a terceira de uma série que
começou em dezembro.
O termo Lua azul se refere a uma segunda Lua
cheia em um mesmo mês, um fenômeno que ocorre em média a cada dois anos e meio.
Já a Lua de sangue ocorre quando o astro não fica completamente negro durante o
eclipse, visto que uma parte da luz do Sol, refletida pela atmosfera terrestre,
alcança indiretamente a superfície lunar. Com isso, alguns raios solares também
vazam, produzindo um reflexo avermelhado ou acobreado na Lua. Este fenômeno
ocorre quando o astro alcança seu ponto orbital mais próximo à Terra.
O lado lunático da lua
(José Carlos Camapum Barroso)
A escuridão comeu a lua,
Em pleno céu de Brasília.
O homem que vinha pela rua
Nem notou, nem sentiu a mordida.
Então a lua, entristecida,
Meio amuada, meio contida,
Vestiu-se novamente de noiva:
Vagarosamente embranquecida.
São Jorge respirou, aliviado
Podia continuar a batalha
Eterna com o dragão, pela vida.
Os namorados, enternecidos
Beijaram-se aliviados, escondidos...
Temiam que a lua, enegrecida,
Jamais voltasse a produzir luar.
O que fazer pelas ruas, então?
Voltar ao lar, cabisbaixo,
Pro magnetismo da televisão?
- Não, não! Disse a lua constrangida.
- Eis-me aqui, noiva arrependida,
A clarear todas as noites de suas vidas.
E assim passou o eclipse lunar,
Como passa o passo do exibicionista.
E a lua, ainda lenta, continua a vagar...
Deixando a escuridão amortecida.
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