Perder um amigo dói no fundo da alma...

Perder um amigo dói no fundo da nossa alma. Perder um amigo como Gilberto Ponce é um sentimento estranho, parece que um pedaço de nós foi embora rumo ao infinito, em busca do desconhecido. A impressão que temos é a de que uma parte significativa da nossa história foi apagada, embora continue ali, viva, pulsante na nossa memória.

Gilberto nos deixou na tarde desta sexta-feira – quantas sextas-feiras comemoramos e bebemoramos juntos naquela pequena e inesquecível Uruaçu da nossa infância/adolescência? Tempos idos, nunca mais vividos e jamais esquecidos por todos que tiveram aquela oportunidade.

Gil morreu sozinho, provavelmente vítima de um infarto agudo. Logo ele que sempre viveu acompanhado da família, dos parentes, amigos, vizinhos e conhecidos. Ele foi encontrado no banheiro de sua casa por um vizinho e amigo. Sua querida Cleonice estava viajando. Ele viajaria em seguida para encontrá-la junto ao filho Vinícius, que mora no Canadá.

Triste fim de uma pessoa tão alegre, bem-humorada, gentil e solidária. Triste partida de um cidadão que viveu para fazer o bem, sem olhar a quem. O único conforto é o de que estará no Paraíso, onde reencontrará pessoas que amou e pelas quais foi amado.

Juarez, Mozart, Zé Carlos, Célio, Adelson, Edmar, Aluízio,
Gilberto Ponce ao centro. Na parte de baixo,
as meninas Cleonice, Juracema, Adélia e Stela Márcia.

Conto uma história que vivi com o amigo Gilberto Ponce aqui em Brasília, lá pelos idos de 1977/1978. É o mesmo dia das duas fotos no alto deste post, quando fomos participar de um churrasco em uma chácara.

Passamos na W3 Norte, onde Gilberto morava no fundo de uma loja. Fomos buscá-lo para irmos a um churrasco em uma chácara. Era um dia frio, nublado. Quando estacionamos o carro, ele estava só de bermuda, sem camisa, cabelo molhado, em frente a um fábrica de gelo. Levamos um susto com aquela cena. Imediatamente, gritei:

- Cara, você não sente frio, não?

Ele não titubeou. Respondeu na lata:

- Que é isso, amigo. Sou acostumado com o frio de Uruaçu.

Esse era Gilberto Ponce. Bem-humorado, sempre pronto e a disposição dos amigos. Vai em paz, Gil! Descanse e reencontre tantas pessoas que você amou em sua passagem por esse mundo.

Cá, ficaremos carentes, saudosos, mas com a lembrança saudável e alegre de uma pessoa inesquecível.

Beijos no coração.

PS - Com MPB4, a música que ele adorava.