terça-feira, 16 de novembro de 2021

Brasil precisa ouvir as vozes que pedem Tolerância


O grande boom da intolerância no Brasil ocorreu nas eleições de 2018. De lá pra cá, sua presença foi se consolidando na sociedade, estimulada pelo bolsonarismo enraizado no preconceito, no ódio, na vulgarização de ideias e ideais, tudo alimentado por uma cadeia de notícias falsas, mentiras, as chamadas fake news para usarmos o termo mais em voga na atualidade. O próprio presidente da República, líder maior da intolerância e do preconceito de todas os matizes, é flagrado em mentiras seguidamente, quase que diariamente.

Nas eleições passadas, acompanhamos e, de certa forma, participamos, de uma campanha eleitoral totalmente on line. A primeira da história brasileira tão marcada pelas redes sociais não foi um bom exemplo no quesito tolerância. Foram feitos disparos em massa de mentiras, difamações, todos de forma conectada, em cadeia, ao ponto que tudo foi reconhecido e constado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O órgão, no entanto, sentiu-se incapacitado para aplicar penalidades por não conseguir estabelecer nexo entre a atuação nefasta e o resultado do pleito eleitoral.

Como saiu vitoriosa no período eleitoral a intolerância ganhou força e tornou-se um instrumento de uso corrente dos donos do poder da hora. Mas, nunca é tarde para acordamos e enfrentarmos tantos dissabores. Todos nós temos uma responsabilidade sobre esse estado de coisa. E, no dia de hoje, uma terça-feira (16/11), depois de um feriado, talvez seja mais uma boa oportunidade para reflexões.

Hoje é o Dia Internacional da Tolerância. Começou a ser gestado em 1993, quando a Conferência Geral da Unesco elegeu 1995 como o Ano das Nações Unidas para a Tolerância. E foi posto em prática, pela primeira vez, no dia 16 de novembro de 1996.


Um dia em que são desenvolvidas diversas ações para combater os mais variados tipos de intolerância cultural, econômica, religiosa, sexual e racial. Na definição dos membros da ONU, tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço pela diversidade em todos os seus âmbitos. Mais interessante foi a determinação de que não deve ser considerada uma concessão, mas, sim, um reconhecimento dos direitos humanos universais e das liberdades fundamentais de cada pessoa.

As pessoas precisam, sempre, se colocar no lugar do outro. A aceitação, e por consequência a tolerância, começa por aí. Importante deixar o lugar de dono da verdade. Observar como os outros lidam com determinados fatos de acordo com os seus valores, crenças, razões e motivações.



Alguém já disse que muitas vezes o que não aceitamos no outro é o reflexo daquilo que não suportamos em nós mesmos. Quando o conflito entre pessoas ocorre, o ideal é mesmo respirar fundo, e evitar que a irritação conduza nossos argumentos. Os membros da ONU pensaram em tudo isso e mais algumas coisas sobre as quais devemos refletir nesta data. Foi uma bela decisão.

Salve o Dia Internacional da Tolerância e sejamos todos adeptos dos princípios que a conduzem. Como está umbilicalmente ligado à cultura, o ZecaBlog adere a essa comemoração.

E que tenhamos todos uma vida mais tolerante, cheia de amor. Será bem melhor, nos sentiremos mais leves. E por falar em amor, um pouquinho desse tema com Chico Buarque e a cantora portuguesa Carminho...

"Tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera." Mahatma Gandhi

"A primeira lei da natureza é a tolerância - já que temos uma porção de erros e fraquezas." Voltaire

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