O
grande boom da intolerância no Brasil ocorreu nas eleições de 2018. De lá pra
cá, sua presença foi se consolidando na sociedade, estimulada pelo bolsonarismo
enraizado no preconceito, no ódio, na vulgarização de ideias e ideais, tudo
alimentado por uma cadeia de notícias falsas, mentiras, as chamadas fake news
para usarmos o termo mais em voga na atualidade. O próprio presidente da
República, líder maior da intolerância e do preconceito de todas os matizes, é
flagrado em mentiras seguidamente, quase que diariamente.
Nas
eleições passadas, acompanhamos e, de certa forma, participamos, de uma campanha
eleitoral totalmente on line. A primeira da história brasileira tão
marcada pelas redes sociais não foi um bom exemplo no quesito tolerância. Foram
feitos disparos em massa de mentiras, difamações, todos de forma conectada, em
cadeia, ao ponto que tudo foi reconhecido e constado pelo Tribunal Superior
Eleitoral. O órgão, no entanto, sentiu-se incapacitado para aplicar penalidades
por não conseguir estabelecer nexo entre a atuação nefasta e o resultado do
pleito eleitoral.
Como
saiu vitoriosa no período eleitoral a intolerância ganhou força e tornou-se um
instrumento de uso corrente dos donos do poder da hora. Mas, nunca é tarde para
acordamos e enfrentarmos tantos dissabores. Todos nós temos uma
responsabilidade sobre esse estado de coisa. E, no dia de hoje, uma terça-feira
(16/11), depois de um feriado, talvez seja mais uma boa oportunidade para
reflexões.
Hoje
é o Dia Internacional da Tolerância. Começou a ser gestado em 1993, quando a
Conferência Geral da Unesco elegeu 1995 como o Ano das Nações Unidas para a
Tolerância. E foi posto em prática, pela primeira vez, no dia 16 de novembro de
1996.
Alguém já disse que muitas vezes o que não aceitamos no outro é o reflexo daquilo que não suportamos em nós mesmos. Quando o conflito entre pessoas ocorre, o ideal é mesmo respirar fundo, e evitar que a irritação conduza nossos argumentos. Os membros da ONU pensaram em tudo isso e mais algumas coisas sobre as quais devemos refletir nesta data. Foi uma bela decisão.
Salve o Dia Internacional da Tolerância e sejamos todos adeptos dos princípios que a conduzem. Como está umbilicalmente ligado à cultura, o ZecaBlog adere a essa comemoração.
E que tenhamos todos uma vida mais tolerante, cheia de amor. Será bem melhor, nos sentiremos mais leves. E por falar em amor, um pouquinho desse tema com Chico Buarque e a cantora portuguesa Carminho...
"Tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera." Mahatma Gandhi
"A primeira lei da natureza é a tolerância - já que temos uma porção de erros e fraquezas." Voltaire
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