O
Código Florestal Brasileiro completa nesta quarta-feira (25/5) dez anos de
existência sufocado por um cenário desanimador no quesito preservação das
florestas. A média anual de perda no bioma da Amazônia foi 56% maior no governo
Bolsonaro, de 2019 a 2022, quando comparado ao mesmo período anterior, de 2016
a 2018. Na Mata Atlântica, entre 2020 e 2021, foram derrubados 21.642 hectares
do bioma, um crescimento de 66% em relação ao registrado entre 2019 e 2020
(13.053 ha) e 90% maior que entre 2017 e 2018, quando se atingiu o menor valor
de desflorestamento da série histórica (11.399 ha).
Segundo
o diretor de Conhecimento da Fundação Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes
Pinto, “esses dados são surpreendentes. Infelizmente, a gente já esperava uma
tendência de alta porque isso aconteceu no Brasil inteiro, mas a escala e o
tamanho foram alarmantes”. Assustado, ele assegura que se as derrubadas
persistirem “vai faltar água, alimento e energia elétrica”.
Em
entrevista ao jornal Folha de Pernambuco, publicada na manhã desta quarta-feira,
o diretor vê “uma ameaça à vida, um desastre não só para o Brasil como para o
mundo, pois importantes referências internacionais apontam a Mata Atlântica
como um dos biomas que precisam ser restaurados com mais urgência para
atingirmos a meta de redução de 1,5°C de aquecimento global estabelecida no
Acordo de Paris. Mas estamos percorrendo o caminho oposto, em direção a sua
destruição”.
Na
Amazônia, o cenário também é perturbador. Pouco mais da metade do desmatamento ocorrido
desde 2019 foi em terras públicas, sendo que 83% delas pertencem ao governo
federal. Associações, organizações e entidades são unânimes em afirmar que a
causa principal é o corte no orçamento destinado a fiscalização. Em 2021, além
da redução no número de multas, somente 41% do orçamento disponível foram
utilizados na fiscalização.
Segundo
nota técnica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o
desmatamento na Amazônia é, em geral, especulativo e mira a apropriação de
ilegal de terras, em especial, de áreas em florestas públicas não destinadas,
que concentram cerca de um terço do que foi desmatado de 2019 a 2021. O órgão
observa ainda um aumento de desmatamento, sempre em relação ao triênio anterior
ao governo Bolsonaro, nas unidades de conservação das florestas.
Nesse
contexto, o Código Florestal Brasileiro (Lei 12651/2012), completa uma década
sem ter muito o que comemorar. O país ainda enfrenta desafios relevantes para
ver sua efetiva implementação. O código é considerado uma das leis mais importantes
para a proteção das florestas tropicais e da vegetação nativa do Brasil. Mas,
precisa parar de sofrer agressões e necessita ser respeitado.
A
preservação das nossas florestas é um tema relacionado de forma umbilical às
atividades culturais brasileiras, à proteção de áreas de conservação ambiental
e de reservas indígenas. É um dever de todos nós lutar pela implantação ampla e
irrestrita do código. Especialistas são unânimes em afirmar que ele é a fonte
de soluções para a crise de biodiversidade e do clima no país, por consequência
de todo o planeta.
Antes
que seja muito tarde, façamos a nossa parte.
O código florestal é tão recente e isso parece já uma necessidade secular, se chegarmos a falta de água, de energia e de alimentos, talvez se perceba uma necessidade coletiva de preservação... ainda acrescento as catástrofes naturais, como tempestades de areia que foram noticias no ano passado, como consequência desta falta de cuidado com a natureza.
ResponderExcluir