Para
onde vão os animais quando morrem? Viram pó ou passam a ocupar, também, um
lugar no céu pela vida eterna? Pergunto isso por que gostaria de saber para
onde terá ido, ou para onde ainda irá o nosso Kant (cachorro que tinha nome de
filósofo), depois de ter dado seu último suspiro, quarta-feira, 8 de fevereiro.
No
plano material, suas cinzas serão espalhadas aos pés de pequi do quintal da
nossa casa e juntar-se-ão aos restos mortais do gato Freddy, de saudosa
lembrança. Os dois conviveram, em nossa casa, por alguns anos, mais ou menos harmonicamente.
Agora, retornam ao pó e estarão, finalmente, unidos e em paz, graças às propriedades
inerentes à matéria.
O
plano espiritual é mais complexo. Nem o Livro Sagrado traduz bem o que está
reservado ao animais depois dessa passagem. O que se depreende do Eclesiastes é
que os filhos dos homens e os animais têm o mesmo destino. “Todos caminham para
um mesmo lugar. Todos saem do pó e para o pó voltam” (Ecl. 3.20).
São
Francisco dedicou aos animais o mesmo carinho, dedicação, devoção, admiração e
cuidados que aos homens. Andou pelo mundo e levou seus préstimos a todos, sem distinção
entre seres. Além de santo, era um poeta, filósofo, dono de uma coração capaz
de abrigar uma arca de Noé a fugir de tempestades mundanas.
Se
assim sempre foi, segundo a palavra divina, se assim parece ser nesses tempos
de tantas modernidades, assim deverá ser ao longo dos séculos que virão,
enquanto houver almas (inferiores ou superiores, não importam), e elas
estiverem por aqui ou, quem sabe, para além do nosso entendimento e para além
da infinita luz que compõe a imensidão do Universo.
Em
algum desses pontos estará a alma do Kant, a nos olhar (é possível?) com
aqueles mesmo olhinhos condescendentes, vigilantes, amigáveis e acolhedores. Uma
alma sem o corpo, que restou apenas em nossas memórias. Antes de voltar ao pó,
estava ali, sempre disponível para ajudar, proteger, vigiar e fazer companhia,
mesmo quando os fogos, em artifícios, avisavam, de forma estrondosa, que quem
carecia de aconchego era o animal.
Siga em paz, nosso eterno e sempre fiel amigo. R.I.P Kant!
Cinzas e Alma
José Carlos Camapum Barroso
Vamos espalhar as cinzas
Dos animais pelo quintal
Como se espalha o bem
Para que combata o mal
E a alma possa, em paz,
Alcançar a luz infinda.
Nela, o amor, seja capaz
De ser palavra bem-vinda,
Resgatada pela existência
De um ser tão superior,
Que na sua benevolência
Foi o bálsamo da dor...
Cinzas e natureza, unidas,
Vão guardar uma certeza:
Todos somos nesta vida
Uma parte da Natureza,
Sopro de Deus a guiar...
Dias, noites da existência,
A capacidade de sonhar
E o gosto pela Ciência.
Chorei aqui Zé. Recebemos a morte do Kant com muito pesar. Doendo ainda.
ResponderExcluirMuito triste, Carlos. Vamos guardar a memória dele. Obrigado.
ExcluirGrande Zé, sabes o tanto que gostava do Kant. Fiquei sabendo agora. Muito triste.
ExcluirChorei muito!
ResponderExcluirAqui em casa, também a tristeza foi muito grande.
ExcluirQue texto lindo, Zé!!!! ♥️🙏🏼🐶
ResponderExcluirMuito obrigado.
ExcluirEle era amor, amizade, para todos que se aproximava. Sabia amar como jamais tinha sentido tão forte em um animal. Ficam as eternas lembranças.
ResponderExcluirPuro amor. Mansinho demais.
ResponderExcluirEmocionante, sinto muito por sua perda... Foi uma bela despedida.
ResponderExcluirDeixou saudade, lembre das alegrias q. Ele proporcionou amigo de todas as horas seu cãozinho 🐶 abraço da sua amiga Lastênia.
ResponderExcluirObrigado, amiga, pelas palavras carinhosas e pela participação aqui no blog.
ExcluirChorei wuandoubeu soube do Kant. E agora lendo está homenagem não consegui conter as lágrimas . Só quem ama os animais sabe a dor que sentimos quando eles partem .
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