terça-feira, 7 de maio de 2024

17º Salão mostra a força do artesanato brasileiro

O 17º Salão do Artesanato, que este ano acontece de 8 a 12 de maio, em Brasília, traz desta vez uma verdadeira pérola no centro da sua temática “Artesanato, a mãe de todas as artes”. O Salão vai reunir o melhor da produção artesanal do Distrito Federal e de 23 estados brasileiros, em evento aberto ao público com oficinas, rodada de negócios, muita música e dança.

Um grande achado considerar o artesanato a mãe de todas as artes. Ele é praticado por homens e mulheres há mais de oito mil anos, lá na pré-história, quando os humanos aprenderam a polir a pedra, fabricar cerâmica, tecer fibras animais e vegetais. Passamos a enxergar nos elementos naturais ao redor a beleza e as possibilidades de criação.

O 17º Salão do Artesanato abre o calendário oficial de 2024 de feiras brasileiras de artesanato. Realizado pela Rome Eventos, no varandão do shopping Pátio Brasil, e aberto ao público, reunirá, num espaço de mais de 5 mil m², o melhor desta rica manifestação da cultura brasileira e expoente da economia criativa, privilegiando a acessibilidade, inclusão social e sustentabilidade.

Renda renascença

Com a última edição realizada em novembro de 2023, o Salão retorna à data tradicional, coincidindo com a semana do Dia das Mães, o que inspira a campanha “Artesanato: a Mãe de todas as Artes”.

O diretor-geral da Rome Eventos revela que a expectativa é receber cerca 60 mil pessoas e contribuir para que os artesãos, presentes ou representados no Salão através de cooperativas, coletivos e associações façam os melhores negócios. “O clima é de lazer para toda família, com oportunidade de compras diferenciadas, atrações musicais e valorização desta jóia que é o nosso artesanato”, acrescenta.

O ministro Márcio França (MEMP), lembra que quando criou o ministério, “o presidente Lula pediu para que déssemos uma atenção especial ao setor. Milhões de brasileiras e brasileiros vivem do artesanato, um trabalho que é a expressão da cultura brasileira. Cada vez mais vamos apoiar e realizar feiras por todo o Brasil e expandir, também, para o exterior. O Salão do Artesanato de Brasília já está bem consolidado no calendário e é uma oportunidade de trazermos artesãos de todo o país”.

O ipê, símbolo de Brasília

Outro destaque será a participação do estilista goiano Theo Alexandre, à frente da grife Thear, com a coleção Elementos, a mesma que encantou a última edição da São Paulo Fashion Week, com uma bela homenagem ao Cerrado.

Apoiador de primeira hora do Salão do Artesanato, o PAB terá uma atuação ainda mais abrangente nesta 17ª edição. Este ano serão 23 estados, mais o Distrito Federal, contemplando todas as regiões do país.

De 08 a 12 de maio, ao longo do evento, o público terá acesso ao talento de artesãos e mestres-artesãos que desenvolvem seus trabalhos a partir de tipologias como cerâmica, madeira, fios, capim, palha, metal, rendas, bordados e tantas outras. No total, serão cerca de 80 mil peças, desde as menores, como acessórios e utensílios, até as maiores, como esculturas, utilitários, objetos de decoração e móveis.

Grupo Euterpe - atração musical

Atrações Culturais De quarta a sábado, o Salão do Artesanato brindará o público com apresentações artísticas no varandão da ala sul do shopping Pátio Brasil. A programação aberta ao público envolve cultura popular, música popular, instrumental e dança.

Oficinas Gratuitas Além das compras de peças exclusivas que só os artesãos podem criar, o público poderá se beneficiar da programação de oficinas gratuitas, em dois turnos, mediante inscrição feita até 20 minutos antes de cada oficina, no próprio evento.

Mestres Artesãos Este ano, mestres artesãos do Acre, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins serão destaques no evento.

Rodada de Negócios – Ao longo do evento, lojistas e artesãos poderão se beneficiar da Rodada de Negócios. O objetivo é promover contatos entre fornecedores de todo o país, de forma eficiente e organizada, com conforto e estrutura.

Inclusão Social – Em 2024 o Salão do Artesanato assume uma agenda mais forte na área de sustentabilidade e inclusão social, alinhando-se às boas práticas da Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG).

 

Serviço:
17º Salão do Artesanato
Shopping Pátio Brasil
De 08 a 12 de maio
Das 10h às 22h (de quarta a sábado)
Das 10h às 20h (domingo)
 
Shows:
De 08 a 11 de maio
A partir das 19h
Entrada franca
Indicação livre
www.salaodoartesanato.com.br 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Show de Eduardo Rangel comemora 80 anos de Chico

Eduardo Rangel em foto de Alexandre Magno

O brasiliense tem uma agenda musical imperdível para o próximo dia 23 de maio, uma quinta-feira, no Clube do Choro. Lá estará o cantor Eduardo Rangel para homenagear os 80 anos do artista Chico Buarque de Hollanda e lançar o álbum “Eduardo Rangel e Quarteto Sinfônico Interpretam Chico Buarque”. Com arranjos do maestro Joaquim França, o show traz a face mais lírica e sofisticada da aclamada obra desse que é um dos maiores compositores da música brasileira.

O Quarteto Sinfônico é formado por músicos de diferentes orquestras da capital. O violino de Daniel Cunha, o violoncelo de Ocelo Mendonça e o contrabaixo de Paulo Dantas se unem ao piano do maestro Joaquim França. O show recebe como convidados Ytto Morais (percussão e efeitos) e Márcio Vieira (pancorde, baron, flutuô e Girassino). Integrante do Grupo Udi Grudi, Márcio cria os próprios instrumentos que ouvimos em 'Ciranda da Bailarina' (vídeo abaixo).

Rangel consegue entrar no mundo de Chico Buarque de Hollanda com extrema facilidade, como se estivesse passeando pela própria casa. Com sua voz refinada e delicada, percorre – com maestria, atrevimento e passos seguros – o universo feminino e poético de Chico.

'Valsa brasileira', 'Tatuagem', 'Futuros amantes', 'Beatriz', 'Samba e amor’ e ‘Jorge Maravilha‘ são algumas das criações a serem interpretadas por Rangel, intérprete que, no palco, doa intensidade. Quem assistir ao show verá a reinvenção de Chico, tanto na voz e estilo marcante do cantor, como nos arranjos especialmente criados por França para o espetáculo.

Interpretar é recriar, e o público aplaude quem canta com o corpo inteiro, literalmente levando teatro ao tablado da música, incorporando diferentes personagens para cada composição. E a presença de cena do contratenor não é por acaso. Ao residir no Rio de Janeiro, onde gravou seu 1º álbum (Pirata de Mim/1998), estudou teatro com mestres, como Luiz Antônio Martinez Corrêa, Ivone Hoffman e Dimer Monteiro. Quem ganhou, foi o público.

Riqueza harmônica e a construção de personagens foram os principais critérios na escolha do repertório, com preferência para as composições menos gravadas de Chico Buarque. Segundo o maestro Joaquim França, “foram escolhidas músicas que associam Chico aos compositores românticos do século XIX, como Chopin e Brahms. Obras que, talvez pela complexidade harmônica e extensão melódica, raramente são executadas em apresentações ao vivo”.         

Sobre o cantor Rangel, Aquiles Reis, jornalista e vocalista do MPB4, escreveu que se trata de uma voz "delicada, afinada, aguda, personalíssima, que reflete a inquietude e impele o artista à fome por desvendar os enigmas da criação”. Para o jornalista e escritor Márcio Bueno: "toda música, por mais conhecida que seja do público, na sua voz inconfundível torna-se uma novidade”.

Importante destaque no trabalho são os arranjos do maestro Joaquim França. Requisitado arranjador e regente de orquestras brasileiras para nomes como Ivan Lins, Guilherme Arantes e Francis Hime, o maestro conferiu ao trabalho o casamento do requinte erudito com a descontração da música popular.



sábado, 27 de abril de 2024

Mulheres são protagonistas em show do Sarau da Jezebel

O Coletivo Gaffurina, grupo de arte da cidade de Uruaçu (GO), lançou em suas redes sociais, no dia 17 de abril de 2024, o Sarau da Jezebel, um show de literatura e música, que tem como protagonistas as mulheres. Idealizado e apresentado pela talentosa artista Larissa Kramer e seu parceiro musical Rodrigo Kramer, o evento tem como objetivo principal homenagear e amplificar a voz das escritoras de Uruaçu e de Goiás, além de outras de renome nacional e internacional.

Tentando fazer um retrato bem amplo da atuação da mulher na Literatura, o Show  Lítero-musical, conta com músicas autorais, do Sarau da Jezebel, músicas com apelo existencial, lúdicas, que tratam de amor e da conexão com a natureza.

O Sarau da Jezebel vai se prolongar até o final do mês de julho e será dividido em três etapas:

Em primeiro lugar , um show na Escola Municipal Lastênia Fernandes de Carvalho, apresentando músicas infantis do próprio sarau e histórias para o público infantil, no dia 10/5/2024.

Em segundo, um espetáculo no Museu Dom Prada, destacando as poetisas da cidade de Uruaçu, do estado de Goiás, e aquelas com reconhecimento em âmbito nacional e internacional, programado para o dia 1º/6/2024.

Por último, um show via Youtube, no canal do Coletivo Gaffurina, para que todos possam participar, no dia 30/7/2024.

No Sarau da Jezebel, destaque também para a presença especial de Valentina Kramer (PCD), participando dos Shows presenciais e com aforismos no Show Gravado para Youtube. A ideia é criar representatividade às pessoas com deficiência.

O projeto, com toda essa riqueza musical e literária, foi contemplado pelo edital nº 10/2023 – Economia Criativa, da Lei Federal Paulo Gustavo, organizado pela Secult-GO.

Origem do Sarau Começou, no início de 2019, como um evento literário, que se destacava por valorizar os autores locais da cidade de Uruaçu, como Sinvaline Pinheiro, Mariano Peres e Ezecson de Sá. Na ocasião, foi estabelecido um palco aberto para que artistas e membros da comunidade pudessem se expressar, seja por meio da declamação de poesias ou da execução de músicas. O evento foi um sucesso, chegando a incluir até mesmo batalhas de rap.

Com a chegada da pandemia em 2020, os eventos culturais foram interrompidos, mas em 2021 o Sarau da Jezebel recebeu apoio da Lei Aldir Blanc, permitindo a realização de seis edições online, transformadas em uma série web que destacava escritores do Estado de Goiás, membros da Academia Uruaçuense de Letras e jovens talentos.

Em meados de 2022, o Sarau da Jezebel foi convidado para participar da Feira Literária do Vale do São Patrício, organizada pelo IFGoiano, onde foi prestada homenagem à escritora Sinvaline Pinheiro. Nessa ocasião, os produtores culturais Larissa Kramer e Rodrigo Kramer transformaram o Sarau em um Show de música e poesia, dando vida aos poemas de Sinvaline Pinheiro do livro "Vez em quando vem me ver". O sucesso foi tamanho que ainda em 2022 o Sarau foi convidado duas vezes pelo IFG Campus Uruaçu para apresentações em eventos institucionais.

Em 2023, o Show concorreu ao Claque Retomada Cultural do Sesc e foi selecionado, sendo realizado em São Miguel do Araguaia com grande aceitação popular. Em 2024, já realizou apresentações no Campus Uruaçu da UEG e promoveu live destacando escritores locais, de Uruaçu e músicas autorais produzidas pelo próprio Sarau, que pode ser vista no canal do coletivo Gaffurina (para acessar, clique aqui).

Atualmente o Sarau da Jezebel possui dois shows distintos: um voltado para o público adulto e divulgação de poetas e poetisas; e outro para o público infantil com contação de histórias.  Em ambos os shows as músicas que embalam o público são autorais, tendo o sarau um vasto repertório de músicas, tanto para adultos, como para crianças.


domingo, 21 de abril de 2024

Brasília, Brasília... a nossa ilha de sonhos


Brasília vive em mim e vivo sob suas asas há 51 anos, mais de meio século. Aquele ano de 1973, quando por aqui cheguei, foi marcado pela tragédia da pequena Ana Lídia. Mas, tudo era belo e puro naquele horizonte de céu imenso e tardes resplandecentes quando fui recebido por essa cidade de sonhos e esperanças.

Nem tudo era tragédia, embora vivêssemos ainda sob o manto escuro e obscuro de uma ditadura sangrenta e opressora. Amigos presos, amigos sumindo... e o povo ansioso por uma luz no fim do túnel.

Nos anos de 1970, o Lago Paranoá fedia em uma cidade ainda não afetada pela poluição do ar, rios e córregos. Até sua completa despoluição no final da década, o lago estava longe de ser uma opção de lazer e entretenimento. Hoje, além de cartão postal, serve para divertimento das famílias e competições esportivas.


Essas e outras tragédias marcaram a cidade, que completa hoje 64 anos, sem perder a marca da esperança e dos sonhos de milhões de brasileiros. Perdemos nosso fundador e criador Juscelino Kubitschek, depois Tancredo Neves que encarnava o sonho da democratização.

Foi aqui que me formei e exerci, e ainda exerço, orgulhosamente a profissão de jornalista, tão ameaçada e incompreendida nos últimos tempos. Nessas mesmas Asa Sul e Norte constitui família e criamos nossos filhos, em uma cidade tida “como o melhor lugar do mundo para se criar os filhos”.

Brasília sempre foi fascinante pela capacidade de acolher e abrigar quem a procurasse. Um dom que ela já irradiava desde antes mesmo de existir, quando os raios de aconchego brilhavam da Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante.

A cidade cresceu. Superou todos os desafios, embalada pelo horizonte musical de serestas, sambas, chorinhos e as tão promissoras bandas de rock. Atravessou décadas criando, recriando e se reinventando num mundo cada vez mais moderno e tecnológico.

Atravessou o século, o milênio, e chegou incólume, garbosa e sempre gentil aos anos de 2020. Agora, mais que sexagenária, mostra ares de amadurecimento sem perder sua natural juventude, jamais.


Assim como o mundo todo, os cinco continentes e dezenas de países, Brasília comemora seus 64 anos de existência ainda sob o signo ameaçador e onipresente de tantas incertezas pós-pandemia, novas guerras, ameaças à democracia, tragédias e destruições do meio ambiente e da cultura. Nós candangos, seus filhos, que já são muitos, seus visitantes, transeuntes, vivemos, nos últimos anos, uma dura realidade. Tivemos que nos isolar socialmente, afastarmos das pessoas que amamos, recusar abraços e apertos de mãos que sempre foram a marca dessa cidade.

Nesses tristes anos, os fins de tarde, os alvoreceres tão famosos, o céu de Brasília e a luminosidade de um horizonte de sonhos e esperanças ficaram ofuscados, à meia luz, à espera de um novo sonho de Dom Bosco, de onde possam transbordar mel e bálsamo para dores que ainda teimam em não se aplacarem.

A cidade dos sonhos enfrentou muitos pesadelos sem perder a esperança e agarrada à missão para a qual logrou existir: somos o futuro e ele ressurgirá no amanhã.

Brasília é o que somos, o que plantamos e o que colhemos.

Obrigado, Brasília. De coração.


Despertar
José Carlos Camapum Barroso
 
Brasília, Brasília!
Não és mais a ilha
Cercada de fantasias...
És, agora, senhora,
Cortada por viadutos,
Congestionadas em vias,
Sinais congestionantes.
 
Cidades satélites
De luzes que não brilham
Como resplandece a tua.
Ruas que não se cruzam
Na mesma simetria,
Na grandeza de monumentos
Que ostentas em curvas,
Entre retas infinitas...
 
Avião de asas cortadas
Plano de voo perdido
Quadrilátero retângulo
Incrustado no coração
De um Brasil central,
Pleno de indiferenças...
 
Brasília, Brasília!
Não mais sorris
Nem sorriem teus filhos
Adotados e gerados
Que ergueram e foram
Erguidos aos céus,
No sonho de dom Bosco,
Suor e lágrimas candangas.
 

Acorda antes que o sonho
Desperte o medo,
No século do pesadelo.
Acorda Brasília!
 
Ouça a voz que ecoa
No Planalto Central:
Ainda és sonho,
Esperança de vida!

És Brasília, Brasília...


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Dia Nacional do Indígena era todos os dias

Desde 1940, comemora-se em 19 de abril o Dia Nacional do Indígena. A data é marcada pela luta dos povos tradicionais por reconhecimento de direitos e respeito às tradições milenares. Antes, era chamada de "dia do índio". Porém, a Lei 14.402, de julho de 2022, mudou a nomenclatura. Defensores das causas indígenas argumentam que a mudança foi de um termo genérico para uma expressão que considera a diversidade dos povos indígenas que vivem no Brasil.

Costumamos expressar, nessas datas comemorativas, que o dia do homenageado são todos os dias! No caso das nações indígenas não é bem assim. Jorge Ben Jor registrou, com muita propriedade, que na verdade “Todo Dia Era Dia de Índio”, numa bela canção interpretada no vídeo abaixo por ele mesmo. Deixou de ser o que deveria ser depois que o homem e o progresso avançaram sobre as terras indígenas, sua cultura e suas tradições. A partir daí, só sobrou o dia 19 de abril para essa gente, que na verdade é a nossa gente!

A rigor, há muito pouco para se comemorar nesta data, apesar dos esforços empreendidos por pessoas, grupos e instituições em várias regiões do Brasil. São muitas as ameaças aos povos indígenas, às suas terras e principalmente à sua cultura. Não apenas pela violência dos garimpeiros ilegais, grileiros, invasores, e pelo avanço do desmatamento em regiões da Amazônia, Pará e Mato Grosso, mas também pela crescente opção de um desenvolvimento que aposta na construção de barragens hidrelétricas.

Em meio a tantas ameaças, existe a constatação de que o povo indígena não sucumbiu à pressão majoritária dos brancos e mestiços. Pelo contrário, o contingente populacional dos índios vem se recuperando progressivamente. Em 2010, foram contados, pelo IBGE, 896.917 indígenas no país. A atual população, segundo dados do Censo de 2022, está próxima de 1,7 milhão de indígenas. Isso equivale a um aumento de 88,82% em 12 anos, período em que esse contingente quase dobrou. O crescimento do total da população brasileira, nesse mesmo período, foi de 6,5%.

Por tudo isso, o que se deve homenagear nesta data de hoje é esse espírito de preservação do indígena brasileiro. Ressaltar e valorizar o trabalho de pessoas e instituições que atuam, de forma desprendida e idealista, na defesa dessa cultura que representa nossas verdadeiras raízes.

Destaco duas pessoas especiais nesse processo: a amiga Sinvaline Pinheiro, que está à frente do Memorial da Serra da Mesa, em Uruaçu, Goiás, e a antropóloga e artista plástica, Emília Ulhôa, que sempre esteve à frente da luta pelos povos indígenas, quilombolas e ciganos.

Fracassei em tudo o que tentei na vida.

Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.
(Darcy Ribeiro)

Nesta data, como não poderia deixar de ser, é imprescindível lembrar do marechal Rondon, dos irmãos Vilas Boas – Cláudio, Leonardo e Orlando, e da figura inabalável de Darcy Ribeiro. Todos eles deixaram uma contribuição relevante para que o Brasil ainda tenha viva, atuante e preservada a nação indígena.

Já falamos demais. Vamos ouvir músicas e saudar os indígenas do Brasil! 


quarta-feira, 17 de abril de 2024

Se Liga na Cultura comemora sucesso do projeto

 

O Projeto ‘Se Liga na Cultura’ - sobre o qual já tive a grata satisfação de escrever aqui no blog (para ler, clique aqui) - recebeu uma grande festa para comemorar o sucesso da sua implantação. Uma mostra, promovida pelo Instituto Iecap – Agência de Transformação Social, reuniu, no Teatro da Universidade Paulista (Unip), trabalhos produzidos ao longo das oficinas gratuitas ofertadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

O evento contou com uma programação composta pela exposição fotográfica “Para Além de Mim”, mostra de biojoias, peça de teatro ‘Differentia’ e uma aula show de gastronomia sustentável. O patrocínio máster foi do Instituto Cultural Vale e apoio do Ministério da Cultura, por meio de Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Renata Oliveira, presidente do Instituto Iecap, comemora a jornada cultural, “concluída em uma mostra que conseguiu conectar todas as oficinas em uma única temática: ‘Para Além de Mim’, onde trabalhamos nas comunidades a importância de se reconhecer no outro e de respeitar a diversidade, buscando uma sociedade mais empática, inclusiva e fortalecendo a cidadania”..

O evento contou com a presença das escolas públicas CEF 04, CED 11 e CEF 25 de Ceilândia, CEF 05 e CEF 11 de Taguatinga, CEF 427 de Samambaia e CED 01 Estrutural. Também prestigiaram o dia Rosângela Gomes, deputada federal e Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro; Mara Paiva, autora da série infanto-juvenil ‘Differentia’, inspiração para e peça de teatro]; Celso Junior, fotógrafo renomado e Vice-Presidente do Conselho Internacional de Empreendedorismo, Relações Governamentais e Intercâmbio Comercial da Associação Comercial do DF; e Luciana Asper, promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e líder do projeto NaMoral.

'Para Além de Mim’ - Em uma rota cultural planejada no foyer do Teatro da Unip, um personagem interpretando um maquinista futurista guiou os visitantes em uma experiência imersiva, caminhando por todas as atrações culturais. Iniciando com a exposição fotográfica ‘Para Além de Mim’, o público pode apreciar um acervo exclusivo com 40 imagens que apresentam a sutileza dos detalhes e da potência cultural do dia a dia das comunidades de Japeri, Paraty e Mangaratiba, no Rio de Janeiro, da Cidade Tiradentes, em São Paulo, e de regiões do Distrito Federal.

Sob curadoria do renomado fotógrafo Celso Junior, as fotos convidam o público a fazer uma reflexão sobre existir e persistir, transcendendo a compreensão de si, do outro e das realidades locais ao nosso redor, despertando por meio da arte e da fotografia contornos para a superação das vulnerabilidades e buscando encontrar beleza onde muitos acreditam que não há.

O percurso conduzido pelo maquinista desembarcou na mostra de biojoias, com peças artesanais produzidas pelos alunos durante as oficinas do Projeto. A exposição surpreende pela criatividade, com a elaboração e confecção de colares, brincos e pulseiras a partir de matérias-primas sustentáveis encontradas na Amazônia brasileira, como o açaí, jarina, jupati, inajá, tentos, muitas delas oriundas de comunidades tradicionais indígenas da Região Norte, além de madrepérola e madeira.

O público presente também assistiu a uma Aula Show de Culinária Sustentável, ministrada pelo chef Edu Henrique. Explorando a diversidade da gastronomia brasileira, a master aula ensinou a produção de mousse de chocolate com café, incentivando a criatividade, o máximo aproveitamento dos alimentos e a redução de desperdícios.

Para coroar a Mostra, o Espetáculo “Differentia”, inspirado literatura infanto-juvenil de Mara Paiva, encantou a plateia com a história de Humi, uma menina com espírito aventureiro que recebe um presente misterioso e a leva para uma expedição num mundo fantástico chamado Metazoa, onde vivem animais que cantam, dançam e estudam. Lá ela conhece os amigos da Turma D e juntos trilham uma aventura para derrotar o temível lobo Domain. Muitos desafios e aprendizados e um lindo laço de amizade nascem a partir daí.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Dre Sarkis, aos 23 anos, prepara voo musical mais alto

A cantora e compositora brasiliense Dre Sarkis, que aos 23 anos de idade já soma 10 anos de caminhada musical, está preparando o lançamento oficial de um trabalho com dez músicas, em formato digital, que representará um voo mais alto em sua carreira. Cantora e compositora, ela esteve este mês em São Paulo para gravar as canções do novo trabalho que conta com direção artística e produção de Leo Pinotti.

As canções, todas autorais, têm como inspiração as experiências pessoais da artista, traduzidas em interpretações carregadas de emoção dentro de estilos como pop rock, rhythm and blues, entre outros.

Ao contrário de músicas que já estão disponíveis nas plataformas de streaming e canal de Youtube, todas em inglês, ela selecionou composições em português, em sua maioria, para este novo momento. Quanto ao formato do novo lançamento, ela ainda está decidindo se será um álbum ou dois EP’s.

Sobre a sua carreira precoce, Dre Sarkis conta que “desde bem pequena, tinha melodias soltas na minha cabeça que transformava em música. Gostava de escrever poemas, contos, relatos pessoais, músicas, mas eu era muito jovem e não era exatamente confiante, apesar de já ter ganhado um concurso de melhor texto no colégio. Um dia uma professora de português me viu escrevendo, pediu para ler meus textos e me incentivou a seguir neste caminho, o que me deu mais segurança. Em segredo eu já cantava e compunha e me via como cantora, mas isso parecia um sonho distante. Foi quando, há 10 anos, me convenceram a participar do show de talentos do Mackenzie e a música passou a fazer parte da minha vida de vez”.

Formada em Publicidade e Propaganda e prestes a concluir o curso de Jornalismo, Dre dedicou os últimos quatro anos aos estudos, tocando a vida artística paralelamente. Neste período participou do Vimus Up Next Music, projeto de descoberta e valorização de jovens talentos comandado pelos produtores Bruno e Binho.  Através do Vimus e de forma independente, chegou a compor e gravar quatro singles e videoclipes: Every Piece of MeOrdinary LoversOur Party e The Language (vídeo abaixo).  



terça-feira, 9 de abril de 2024

Caminhos da Inclusão, websérie que promete sucesso

Gamer Jhonata Fargnolli de Lima

Histórias de vida de pessoas com deficiências inspiraram uma websérie que tem tudo para ser sucesso e pode ser vista no canal Vai Curupira, no Youtube. “Caminhos da Inclusão”, composto por 12 temas, é apresentado pelos paratletas e comunicadores Aloísio Lima e Guilherme Costa, ambos tetraplégicos, o que confere ao projeto muita propriedade na condução das entrevistas e do desenvolvimento das temáticas destacadas.

Com sensibilidade, bom humor, positividade e muita consciência cidadã, “Caminhos da Inclusão” compartilha trajetórias que merecem ser contadas, ao mesmo tempo em que atua no combate ao preconceito e capacitismo direcionado às pessoas com deficiência.    

Equipe com a influencer Vitória Mesquita

Aloísio Lima garante que “conhecer e compartilhar as experiências de pessoas com deficiências que, assim como nós, buscam viver em plenitude, possibilita a troca de ideias e um aprendizado sobre como conviver bem com as limitações impostas à pessoa com deficiência, seja ela congênita ou adquirida”.

Nessa mesma perspectiva, Guilherme Costa lembra que “em cada episódio, além de muita emoção, nossos personagens e especialistas trazem conhecimento de relevância não apenas aos deficientes, a quem a série é dedicada em primeiro lugar, mas aos seus familiares, amigos e sociedade como um todo”. Ele reforça que esse público, composto por “pessoas que entendem a importância da inclusão para a construção de um mundo, verdadeiramente, cidadão, não pode perder a série”.

Denise Braga, ativista política

A websérie elencou 12 temas que são explorados através de um mergulho na trajetória de 12 convidados. O episódio de estreia, Direito à Reabilitação, abordou um pouco da vida dos fundadores do canal Vai Curupira e apresentadores de “Caminhos da Inclusão”, Aloísio Lima e Guilherme Costa.

Na sequência, com lançamentos semanais, estão Vitória Mesquita, a “Viti”, uma influencer com Síndrome de Down, em Direito à Vida; Tutti, uma cantora no espectro autista, em Igualdade e Não Discriminação; Carla Maia, a primeira jornalista cadeirante do Brasil, em Direito à Educação e Trabalho; Felipe Costa, um rapper desenrolado, em Direito à Moradia; Laila Gomes Costa, tocando a vida após o AVC, em Direito à Assistência e Previdência Social; Jarlene Maria, um palhaço cadeirante, em Direito ao Transporte e à Mobilidade; Shirley Nunes, uma pianista com nanismo, em Direito à Cultura, Esporte, Turismo e Lazer; Ana Beatriz Leitte, e sua deficiência “invisível”, em Direito à Acessibilidade; Denise Braga, uma ativista política, em Direito à Participação na Vida Pública e Política; Gustavo Ritcher, um pintor, em Acesso à Justiça; e, Jhonata Fargnolli de Lima, um gamer que joga com os pés, em O Que Nos Reserva o Futuro.

Guilherme Costa e Aloísio Lima, apresentadores

Ao longo da série, as temáticas dos episódios foram respaldadas por especialistas que convivem com a questão da inclusão através de experiência própria ou de parentes próximos.  Colaboram com o projeto Cláudio Drewes (tetraplégico), procurador regional da República; Rafael Oliveira (pai de criança no espectro autista), advogado atuante na área de Direitos Humanos; Hisaac Oliveira (cego), advogado da causa da pessoa com deficiência. Profissionais bem-sucedidos e requisitados, demonstram, mais uma vez, que a deficiência não impossibilita o cidadão de se desenvolver e contribuir com a sociedade.

A pianista Shirley Nunes

Por si só, as histórias sustentariam os episódios, mas a equipe de “Caminhos da Inclusão” foi além. Mais que meras entrevistas, a produção envolveu visitas às residências ou local de trabalho dos personagens, muitas imagens de arquivo e participação de pessoas próximas aos entrevistados, num projeto audiovisual rico. Entre os colaboradores estão os profissionais Rodrigo Brant (diretor), Rafael de Araújo Vargas (roteirista e editor); Ricardo de Melo Martins (produtor); Felipe Vaz dos Santos Souza (diretor de fotografia e operador de câmera); Victor Cavalcante (técnico de som), Claudia Andrade (gestora administrativa-financeira) e Daniel Oliveira (designer e social media).

Laila Costa, vítima de um AVC

Idealizado desde o início para ser um conteúdo, verdadeiramente, inclusivo em formato e conteúdo, “Caminhos da Inclusão” conta com recursos de acessibilidade como legendas, interpretação em libras e participação de pessoas com deficiências em todas as etapas do projeto. O projeto foi viabilizado por recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.


Serviço:

Websérie “Caminhos da Inclusão”
YouTube: canal Vai Curupira
Instagram:  Vai Curupira
TikTok:  Vai Curupira

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Prêmio Profissionais da Música abre inscrições 2024

Prêmio Profissionais da Música (PPM) – aquele que é considerado, na atualidade, o mais importante da música brasileira – começa sua caminhada rumo à 8ª edição, com o slogan “Vivam as plataformas, veículos e espaços culturais | do natural ao artificial com escala no real”. As inscrições já estão abertas e o espaço disponibilizado para todos os artista que, de um forma ou de outra, trabalham na cadeia da produção musical.

O evento foi criado a partir de Brasília, mas ganhou asas e hoje é uma realização nacional, recebendo inscrições de profissionais da música de todo o país, que podem concorrer em 191 categorias distribuídas em quatro modalidades: CriaçãoProduçãoEducação Convergência. Os interessados têm até 2 de junho para se inscrever. A premiação acontecerá em novembro no Clube do Choro de Brasília.

Além da competição que atravessa três etapas (votação entre inscritos, votação popular via internet e votação de júri especializado) o PPM tem um segmento de premiação a partir de indicações de seu Conselho Sensorial e, desde 2023, o Viraliza Brasília, também via indicações, voltado, exclusivamente, para o universo musical do Distrito Federal.  Somadas todas as categorias, ao final serão distribuídos 221 troféus A Parada da Música.

Destinado à preservação da criação e produção cultural com foco no universo musical, o PPM compartilha emoções e ações de capacitação e inovação. Nele são contemplados segmentos de profissionais a partir da exposição e difusão, física e digital, da memória e conquistas da cadeia criativa e produtiva da música, com desdobramentos junto ao audiovisual e à literatura, por exemplo. Na prática, o PPM é um evento multicultural com foco na exposição, reconhecimento e intercâmbio de oportunidades, trajetórias, pessoas e marcas.

Além das premiações e homenagens a personalidades do mundo da música, o PPM, tradicionalmente, oferece em sua programação a cerimônia de boas-vindas na Câmara Legislativa do Distrito Federal com entrega de Moção de Louvor aos finalistas, palestras, mesas redondas, mostras de videoclipes, feira literária e shows. Sempre trazendo novidades, um dos pontos altos do PPM nesta 8ª edição serão iniciativas que convergem para a preservação do Patrimônio Histórico e Artístico de Brasília e do Brasil. 

Mais informações serão compartilhadas ao longo do ano na imprensa e nas páginas oficiais do evento.


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