O Cerrado é antes de tudo um forte, que resiste ao fogo das queimadas, à mão desalmada de uma civilização em busca desenfreada pelo progresso. O Cerrado tem sua cultura própria, um jeito especial de viver e de sobreviver, sem perder a imponência, jamais, em sua missão de resistir a intempéries.
Os desenhos retorcidos,
distorcidos e encurvados das plantas do Cerrado enganam os que as julgam frágeis.
Essas árvores saem do cinza-enegrecido, causado pelas queimadas, para um verde
exuberante, basta chegar as primeiras chuvas do caju e do pequi nativos no
Centro-Oeste. Em Brasília, já se pode ver algumas plantas mostrando um
verde-novo em meio ao amarelecido da grama e do mato. Mesmo agora, já surgem lá
no meio do cerrado o amarelo retumbante, exuberante, radiante, cheio de vida da
flor do ipê.
O quadrilátero do Distrito
Federal, desenhado e traçado pela Missão Cruls – sobre a qual já escrevi aqui
no blog –, também está
assentado em uma região do Cerrado de rara beleza e de riquezas ainda bastante
desconhecidas. Nós goianos, temos orgulho de ter cedido a Brasília uma das mais
belas e ricas áreas do Centro-Oeste. As principais fontes de água do Brasil
nascem neste Planalto Central, que mostra força e pujança desde as entranhas da
terra.
Estão em sintonia com essa realidade os órgãos e instituições que fazem eventos, encontros, seminários voltados para conscientizar a população do valor que traz em si mesma essa região do Cerrado. No Parque da Cidade está acontecendo, hoje (11/09), o encerramento da Virada do Cerrado, que começou no dia 7 de setembro, com diversos eventos no Distrito Federal.
Comemorar o Dia do Cerrado
nos enche de alegria. Essa é uma região que amo de paixão e que me viu nascer e
crescer, em meio aos pés de pequis, de buritis, de jatobás e das flores do
cerrado e outras tantas maravilhas.
É simplesmente genial a
música Flor do Cerrado, do
saudoso Waldir Azevedo, que morou por essas bandas e sabia o valor de tamanha
beleza. Admiro também os versos da música, com o mesmo título de Flor do Cerrado, composta por
Caetano Veloso, na voz de Gal Costa e aqui intercalada por Garota de Ipanema, de Tom Jobim
e Vinícius de Moraes. Dizem os versos: “Mas, da próxima vez que eu for a
Brasília/Eu trago uma flor do Cerrado pra você”. É um belo presente para se
oferecer à pessoa amada.
Admiro também as pessoas que interagem com a natureza e curtem essa convivência de forma respeitosa e saudável. A amiga Sinvaline Pinheiro faz um trabalho admirável no Memorial Serra da Mesa, em Uruaçu, Goiás. Minha irmã Juracema tem essa sensibilidade para admirar e valorizar as plantas e animais e sempre acampando, curtindo um riozinho, ou mesmo rego d’água aqui no DF ou lá pelas bandas de Goiás. Na Caesb, onde trabalho, o colega José Marcos Feitosa também merece ser homenageado. Além de ter participado de um trabalho de pesquisa, que rendeu um belo livro sobre a Área de Proteção Ambiental (APA) do Cafuringa, ele sempre reúne a família e vai acampar no Cerrado brasiliense, em meio a rios, cachoeiras, plantas e, claro, a incomparável Flor do Cerrado.
Querido amigo o cerrado é a vida insistindo junto com o clamor dos indígenas e de alguns que ainda possuem o hábito de observar acima de qualquer ganância como você. Grande abraço
ResponderExcluirGrande abraço, amiga. Obrigado pela participação.
ResponderExcluirGrande abraço, amiga. Obrigado pela participação.
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