Posso
até estar equivocado, mas acredito que o Brasil inteiro hoje, de alguma forma,
fez referência a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, que nesta data faria 105 anos. Quanto
mais por que hoje se comemora O Dia Nacional do Forró, e não poderia ser em outra
data. Do Oiapoque ao Chuí, do Recôncavo Baiano a Ji-Paraná, no Mato Grosso,
passando obviamente por Uruaçu (a cidade que fica no centro do Universo),
alguém, neste dia, ouviu uma música do Lua, ou cantarolou um baião de sua
autoria, ou dançou um xaxado em homenagem a sua doce figura.
Luiz Gonzaga nasceu, viveu e morreu como artista. Foi um apaixonado pelo
seu povo, o nordestino pobre e sofrido. Amou o sertão, a caatinga, os gerais e
o litoral desse Brasil tão imenso quanto desigual. Conciliou e reconciliou
famílias afastadas por brigas sem pé
nem cabeça. Ajudou músicos novos, como Dominguinhos, Fagner e tantos outros.
Gonzagão
era pai de Gonzaguinha e filho de Januário, músicos de extraordinário talento.
Januário fazia chover com sua sanfona de apenas oito baixos. E Gonzaguinha
mostrou um Brasil novo, rebelde e inconformado com as injustiças sociais.
Luiz
Gonzaga do Nascimento é Luiz porque nasceu no dia de Santa Luzia. Gonzaga porque
este é o segundo nome de São Luiz Gonzaga. E Nascimento porque o menino nasceu
no mês do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Um cidadão com essa história
na algibeira e todo o talento musical na alma só poderia se tornar um fenômeno
da música brasileira.
Só poderia
ser ele, Luiz Gonzaga, o ponto de referência para o Brasil homenagear o forró.
O
termo “forró”, segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso
de manifestações culturais populares, vem da palavra “forrobodó”, de origem
bantu (tronco linguístico africano, que influenciou o idioma brasileiro, sendo
base cultural de identidade no brasil escravista). Significa: arrasta-pé,
farra, confusão, desordem.
A versão
mais verossímil, apoiada pelo próprio historiador Câmara Cascudo, é a de que
Forró é derivado do termo africano forrobodó e era uma festa que foi
transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre as pessoas.
Mas,
nesses 105 anos de Gonzagão, o ideal mesmo é ouvir o próprio Luiz cantando sua tradicional Asa Branca, acompanhado de Orquestra Sinfônica. E um pouquinho de forró não nos fará mal algum...
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