Vai buscar essa saudade,
sonho meu, sonho nosso, sonho de todos os que amam o samba e a Música Popular
Brasileira. A Dama do Samba, dona Ivone Lara, esse ícone da nossa cultura,
morreu nesta madrugada, na Coordenação de Emergência do Leblon, no Rio de
Janeiro, onde estava internada desde sexta-feira (13), dia em que completou 97
anos de idade.
Compositora e intérprete de
um talento excepcional, dona Ivone Lara era uma mulher forte, guerreira.
Qualidades essas que foram lembradas pelos familiares no hospital. "Ela estava sempre
procurando um caderninho para escrever uma música, estava sempre cantarolando
pro neto. Até a última semana ela estava super bem, com a cabeça ótima. Ela
estava muito fraquinha, mas a cabeça estava ótima", conforme contou ao G1
a nora Eliana Lara Martins da Costa.
Dona Ivone Lara teve forte
influência musical da família. Sua mãe Emeretina Bento da Silva era cantora e
emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de
Janeiro, como o Flor do Abacate e Ameno Resedá. Seu pai José da Silva Lara era
violonista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos. Como ficou órfã
muito cedo, dona Ivone foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar
cavaquinho, a ouvir samba e a ter aulas de canto com Lucília Villa-Lobos.
Ao se casar com Oscar Costa,
filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha, dona
Ivone conheceu Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que viriam a ser seus
parceiros em sambas de enredo históricos, como Os Cinco Bailes da História do
Rio, em 1965.
Depois de se aposentar em
1977, dona Ivone Lara passou a se dedicar de forma mais intensa à música e
compôs belas canções, como Nasci para Sofrer, que se tornou hino da escola de
samba do seu coração. Fez também Acreditar, Mas Quem Disse Que Eu te Esqueço e Não
Me Perguntes, entre tantos outros grandes sucessos.
O corpo de dona Ivone Lara
será velado nesta terça-feira na quadra da escola de samba Império Serrano. A
música popular brasileira está de luto.
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