Os
shoppings voltaram a abrir suas portas para o público. Movimento bem inferior
aos tradicionais de antes da pandemia. Muitas regras, cuidados e a população
ainda receosa, não sem razão, de perambular por entre vitrinas, luzes e publicidades
tão típicos de um ambiente comercial.
Como os tempos mudaram, os temas das conversas, também, como se pode observar pelos entreouvidos e registrados a seguir.
***
-
Amiga, você viu a máscara da Leila! Que coisa mais cafona! Não sabe combinar
uma máscara, imagina a roupa... – disse Jéssica, um pouco assustada e um pouco
comemorativa, à companheira de passeio Cláudia, logo na entrada de um shopping
em Brasília.
-
Vi, menina! Mas, confesso que fingi que não vi. E o medo de ela me chamar para
comentar sobre o modelito.
-
Pois é... Se me chama, teria que dizer de pronto: máscara cor de rosa com
vestido verde tá parecendo ensaio da escola de samba da Mangueira! Num shopping,
é demais, né!
-
Reparou que é máscara de pano de apenas duas camadas...
- Não! Fala sério... E ainda acha que tá abafando, coitada...
***
Pior
mesmo são aqueles que se acham no direito de circular pelo shopping sem fazer
uso da máscara. Alguns ainda se julgam com capacidade e talento para fazer ironias
quando advertido da necessidade de colocar o utensílio:
-
Onde a gente compra isso, mesmo? – Teria dito um “cidadão” que ocupou o cargo
mais importante no combate à pandemia do novo coronavírus, ficando por seis
meses à frente do Ministério da Saúde.
Alguém deveria ter dito ao elemento que máscara pode ser comprada em qualquer farmácia, mas, vergonha na cara não se compra, adquire-se desde criança, em casa, nas escolas e na convivência com pessoas dignas.
***
Em
mais uma ironia do destino em tempos tão fora dos parâmetros da normalidade, é
o fato de que os estacionamentos do shoppings estão sendo parcialmente
utilizados para drive-thrus de vacinação contra a Covid-19. Do lado de fora,
ações para salvar vidas. Do lado de dentro, ainda há que quem queira desafiar
as normas básicas da vigilância sanitária no enfrentamento de uma doença que já
tirou a vida de mais 430 mil brasileiros.
Donos
de restaurantes estão enfrentado aqueles que querem adentrar o recinto sem uso
de máscara com uma frase lapidar:
- Prefiro perder o freguês!
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