quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Pra não escorregar na casca, comemore o Dia da Banana


A banana é a fruta que mais identificação tem com esse nosso querido Brasil. Não estamos, com isso, querendo dizer – muito antes, pelo contrário – que sejamos a República das Bananas. Não. A questão é que ela está presente de forma marcante em vários aspectos da nossa cultura, seja na culinária, nas artes, ou até mesmo no universo das piadas, do bom humor.

Ontem mesmo almoçamos lá em casa um prato trés chic: arroz, feijão, carne moída frita e banana bem madura. Tão supimpa que só pode ser comparado a cardápios como Magret de carnad, servido com salada e batatas. Ou algo semelhante da cozinha francesa tipo foie gras, ou gigot d’agneau, pernil de cordeiro cozido por fora e rosado por dentro.

Mas, voltando às bananas. É bom lembrar que ela tem uma presença constante, através dos tempos, na nossa música popular. Chegamos a misturar chicletes com banana só para fazer um samba-rock, meu irmão!, no dizer do compositor baiano Gordurinha, imortalizado pela gravação de Jackson do Pandeiro, em 1959.


Jorge Ben Jor, com sua riqueza de ritmos, nos presenteou com o Vendedor de Bananas. O verso olha a banana, olha o bananeiro tornou-se universal e tem sido cantarolado por homem, mulher e menino e até por papagaio enquanto saboreia o produto.

Quem nunca pisou ou desejou que alguém pisasse em uma casca de banana pra pagar o mal que fez, e ser ridicularizado pelas gargalhadas da galera? Nos anos de 1970, os Novos Baianos, com muita graça e charme, diziam ser mais bacana, cana, cana, a casca de banana que eu pisei.

Carmen Miranda despontou no cenário musical brasileiro nos anos de 1930. Mas, foi fazer sucesso como atriz e cantora no Estados Unidos na década de 1940. Incorporou nosso tropicalismo em seu visual. Transformou, como diz o documentário de David Meyer e Helena Solberg, banana em negócios, ou, para reverenciar o título do curta, Banana is my Business.


Na literatura, temos a Banana Brava, de José Mauro de Vasconcelos, em que o autor retrata um mundo ganancioso e impiedoso, a terra da “banana brava”, aquela que jamais frutifica. Brilhantes são os versos de Ferreira Gullar em Bananas Podres, em que o autor reúne textos manuscritos com uma série de pinturas e colagens inéditas feitas por ele especialmente para essa edição.

Sou adepto da filosofia de Gilberto Gil de cada macaco no seu galho, comendo uma saborosa banana, claro. Também acredito que temos o produto pra dar e vender. Vou seguir em frente comendo banana frita, sobremesa de banana caramelada com queijo e outras tantas delícias dessa nossa culinária tão rica.

Antes que eu me esqueça, se se deparar com uma casca de banana na calçada, exclame como o patrício português: “Nossa! Vou escorregar de novo! ”. Pelo menos manteremos acesa a chama que nos aquece e inebria do bom humor.

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