O sofrido povo
brasileiro, depois de dois anos de enfrentamento a uma grave pandemia e de três
anos de um horrendo governo Bolsonaro - principalmente para a Cultura -, perdeu nesta sexta-feira uma cantora
extraordinária que lhes dava tantas alegrias. A artista Marília Mendonça morreu,
nesta sexta-feira (5/11), em um trágico acidente aéreo que tirou a vida de outras
quatros ocupantes do avião.
Conheço pouco do
repertório de Marília porque seu estilo, suas letras e melodias não se
coadunavam com o meu universo musical. Como diz o ditado popular e tão propagado: “gosto não se discute”. Então, deixemo-lo de lado.
A cantora era dona
de um timbre de voz belíssimo, afinadíssima e com uma presença de palco que empolgava
e levava ao delírio milhares de fãs, no Brasil e em vários cantos do mundo.
É muito triste ver
um talento desse ter sua carreira interrompida no auge, na flor da idade e com
um futuro tão promissor pela frente. Deixa órfã uma criança de dois anos de idade,
uma mãe desesperada pela dor de perder uma pessoa tão querida, parentes e uma legião
de fãs inconsolável e incrédula.
Era, com razão, conhecida
como a rainha da sofrência. Basta observar o título de alguns de seu sucesso para
entender que a alcunha cai-lhe como uma luva: Infiel, Esqueça-me Se For Capaz,
Todo Mundo Menos Você, Para de Me Chamar Pra Trair, Você Não Manda Em Mim, Sem
Querer Querendo...
O segundo álbum de
sua carreira tem o nome seco e direto de Realidade. Com ele consolidou seu
sucesso nacional e recebeu indicação para o Grammy Latino, na categoria Melhor
Álbum de Música Sertaneja. Premiação que viria a conquistar com o lançamento
seguinte: Todos os Cantos.
A cantora nasceu na
pequena Cristianópolis, em 22 de julho de 1995, tendo portanto apenas 26 anos
de idade. Foi criada em Goiânia, onde ocorre o seu velório e será sepultada.
Mais um talento musical
que perde a vida em acidente aéreo. Mais uma voz, que levava tantas alegrias a
milhares de pessoas, se cala, de forma abrupta e sem sentido. Marília Mendonça
encerra sua carreira num momento de grande sucesso, quando voltava a fazer
apresentações presenciais para o público, não só no Brasil, mas em vários
países.
Muito triste. Não
tem como não lembrar de Guimarães Rosa e sua célebre frase: viver não é fácil.
Rest in peace, Marília Mendonça!
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