O
Dia Nacional da Liberdade de Imprensa costuma ser comemorado, sempre, com
protestos ou muito trabalho da parte dos jornalistas. Nesta terça-feira (7/6),
não está sendo diferente para os profissionais de comunicação e para todos que
amam a liberdade, acreditam numa imprensa livre e estão sempre dispostos a
defender os seus direitos.
Liberdade
de imprensa, esse direito sagrado, conquistado a duras penas, está assegurado
em nossa Constituição. Mas, vira e mexe, tem algum poderoso de plantão querendo
espremê-lo contra o parede e flertando com a ditadura, a censura e ameaçando de
morte os profissionais de comunicação. Mas, os jornalistas vamos lutando,
sobrevivendo e mantendo erguida essa taça que é um troféu de todas as
sociedades democráticas.
Lembro
dos bons tempos de redação, nos duros anos da ditadura militar, quando a luta
para exercer com dignidade a profissão era diária. Depois veio a
redemocratização e as conquistas puderam ser ampliadas, consolidadas, mas
jamais deixaram de sofrer ameaças.
Um
relatório da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão)
sobre violações à liberdade da expressão, divulgado em março deste ano, mostra um
aumento de profissionais de imprensa vítimas de atentados, agressões, ameaças,
ofensas e intimidações em 2021, na comparação com o ano anterior.
Segundo
a Abert, 230 profissionais e veículos de comunicação sofreram algum tipo de
ataque, 22% a mais do que em 2020. Lamentavelmente, o principal autor das
ofensas ao longo de 2021 foi o presidente Jair Bolsonaro (PL). O relatório lista
46 ofensas à imprensa por parte do chefe do Executivo.
Já
apoiadores do presidente foram responsáveis por oito episódios de agressão,
cinco de ameaça e cinco de intimidação, o que é compreendido como uma resposta
ao estímulo a ataques à imprensa por parte de Bolsonaro.
Bolsonaro
não esconde sua preferência por um regime ditatorial, nem mesmo disfarça que é favorável à tortura e admirador de torturadores. Então, só nos resta ampliar a nossa luta
pelas liberdades democráticas, defender as instituições e a imprensa livre.
Nos
tempos de ditadura militar, um dos instrumentos de luta eram as canções de
protesto, quando elas conseguiam driblar a censura prévia e chegar até o público.
Músicas
como as de Sérgio Ricardo, passando por Geraldo Vandré (Pra não dizer que não
falei das flores), Chico Buarque (Apesar de Você), Gonzaguinha (Comportamento
Geral) e tantos outros.
Passados
todos esses anos, de pleno exercício da democracia sem perder a vigilância,
jamais, ouvi, fazem um cinco anos, uma canção de Marcelo Camelo em parceria com
Dominguinhos. Liberdade tocou fundo na minha alma, neste Dia Mundial da
Liberdade de Imprensa. Precisamos de coisas novas, assim. De gente nova, assim,
dessa maneira, poética, sensível e entregue ao livre – e duramente conquistado
– direito de sonhar.
O
sonho não acabou, amigos. Os jovens repetem isso. A luta pela liberdade
continua nas ruas, nas escolas, no trabalho, na poesia, nos versos da canção.
Nos dias claros e nas noites que já não são mais tão escuras...
Aos amigos jornalistas um abraço forte, sem perder a ternura, jamais.
Bom texto... Tirar o presidente Jair Bolsonaro é um dos passos, pra garantir a Liberdades de Imprensa.
ResponderExcluirObrigado, Rodrigo. Bolsonaro ameaça permanentemente a democracia.
ExcluirAdorei o texto. Obrigada!
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