Quem
disse que agosto é mês do desgosto, do azar e das tragédias? Devem ser aqueles
que acreditam ser a sexta-feira 13 o dia do mau agouro, principalmente quando coincidente com o mês de agosto... Eliana Pittman, a extraordinária cantora brasileira, veio
provar que tudo isso está errado e não passam de meras superstições.
Chegou
ao mundo digital justamente nesta sexta-feira 13, de agosto, o álbum Canções
de Elizeth, em que Pittman resgata 12 canções que marcaram época,
principalmente nos anos de 1960 e 1970, na voz de Elizeth Cardoso, a Divina, aquela que é reconhecidamente uma da maiores, senão a maior, cantora da música
brasileira.
O álbum é de uma beleza infinita, fazendo-nos viajar através dos tempos até aqueles anos dourados de belas canções que marcaram pra sempre a Música Popular Brasileira. No repertório, o talento de Nelson Cavaquinho, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Haroldo Barbosa, Luiz Bonfá e, claro, a dupla Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes.
O
ecletismo musical sempre marcou a carreira de Eliana Pittman, enriquecido pelo
notório virtuosismo vocal. Além de cantora, era professora de música em uma escola
do Rio de Janeiro. Seu talento foi reconhecido e admirado pelo mundo afora, entre
outros países, na França, Alemanha, Suécia, Espanha,
Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos.
Pittman cantou no Olympia, em Paris, fez show com o lendário Sammy Davis
Júnior e se apresentou no programa do comediante Jerry Lewis.
Um dia após ter lançado seu álbum em meios digitais, Eliana Pittman fez
76 anos de idade e 60 anos de carreira como cantora. Tudo começou em 1961, ao
lado do saxofonista Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e
da bossa-nova. No final dos anos 1960, sacudiria o Brasil com a força do show
Positivamente Eliana, tendo ao seu lado o violonista Geraldo Azevedo – o mesmo
que acompanhou Geraldo Vandré em Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, no
Festival da Canção... mas, aí é outra história.
O tempo não passa para Eliana Pittman. Sua voz continua sonora, rítmica
e cheia de swing, embora um pouco mais grave. Mantem a mesma criatividade e
sensibilidade na condução da linha melódica, dando personalidade e beleza às
interpretações sem deixar perder o valor originário das músicas. Talvez resida
aí a grandeza da homenagem nas Canções de Elizeth.
Um álbum imperdível. Uma joia rara da nossa belíssima e rica música brasileira. Um talismã para superar as fraquezas pessimistas e as superstições de todos para com o mês de agosto, as sextas-feiras e os dias 13. Um bom antídoto também para as baboseiras anticulturais que assolam o Brasil ultimamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário