domingo, 15 de agosto de 2021

Eliana Pittman lança um belo álbum em Canções de Elizeth

Quem disse que agosto é mês do desgosto, do azar e das tragédias? Devem ser aqueles que acreditam ser a sexta-feira 13 o dia do mau agouro, principalmente quando coincidente com o mês de agosto... Eliana Pittman, a extraordinária cantora brasileira, veio provar que tudo isso está errado e não passam de meras superstições.

Chegou ao mundo digital justamente nesta sexta-feira 13, de agosto, o álbum Canções de Elizeth, em que Pittman resgata 12 canções que marcaram época, principalmente nos anos de 1960 e 1970, na voz de Elizeth Cardoso, a Divina, aquela que é reconhecidamente uma da maiores, senão a maior, cantora da música brasileira.

O álbum é de uma beleza infinita, fazendo-nos viajar através dos tempos até aqueles anos dourados de belas canções que marcaram pra sempre a Música Popular Brasileira. No repertório, o talento de Nelson Cavaquinho, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Haroldo Barbosa, Luiz Bonfá e, claro, a dupla Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes.

O ecletismo musical sempre marcou a carreira de Eliana Pittman, enriquecido pelo notório virtuosismo vocal. Além de cantora, era professora de música em uma escola do Rio de Janeiro. Seu talento foi reconhecido e admirado pelo mundo afora, entre outros países, na França, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, Venezuela, México e Estados Unidos.

Pittman cantou no Olympia, em Paris, fez show com o lendário Sammy Davis Júnior e se apresentou no programa do comediante Jerry Lewis.

Um dia após ter lançado seu álbum em meios digitais, Eliana Pittman fez 76 anos de idade e 60 anos de carreira como cantora. Tudo começou em 1961, ao lado do saxofonista Booker Pittman, seu padrasto, cantando standards do jazz e da bossa-nova. No final dos anos 1960, sacudiria o Brasil com a força do show Positivamente Eliana, tendo ao seu lado o violonista Geraldo Azevedo – o mesmo que acompanhou Geraldo Vandré em Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, no Festival da Canção... mas, aí é outra história.

O tempo não passa para Eliana Pittman. Sua voz continua sonora, rítmica e cheia de swing, embora um pouco mais grave. Mantem a mesma criatividade e sensibilidade na condução da linha melódica, dando personalidade e beleza às interpretações sem deixar perder o valor originário das músicas. Talvez resida aí a grandeza da homenagem nas Canções de Elizeth.

Um álbum imperdível. Uma joia rara da nossa belíssima e rica música brasileira. Um talismã para superar as fraquezas pessimistas e as superstições de todos para com o mês de agosto, as sextas-feiras e os dias 13. Um bom antídoto também para as baboseiras anticulturais que assolam o Brasil ultimamente.



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