Antigamente as famílias recebiam, de
madrugada, o pão nosso de cada dia em casa. O morador deixava pendurado na
porta, ou no portão, uma sacola de pano. O padeiro passava e depositava ali o
pão quentinho, fresquinho e cheiroso – mais saboroso impossível.
De vez em quando não resistíamos à
tentação e tomávamos emprestado um desses produtos. Principalmente quando
acordávamos bem cedo para nossas aulas de educação física. Depois, era só
confessar para o padre, fazíamos a penitência devida e ficava tudo bem. Não era
pecado mortal.
Na adolescência, na pequena Uruaçu de
muitas noitadas e serestas, cultivávamos o hábito de fechar a noite passando
por uma padaria (na realidade, uma casa ou um local de fazer pães, que depois
eram distribuídos pelas residências, bares e restaurantes). Pegávamos aquele
pão quentinho e lambrecávamo-no de manteiga, que derretia... Huuuuum, que
delícia! Bom demais da conta!
Lembrei disso por que hoje é dia de
Santa Isabel, que se tornou a padroeira dos padeiros e das panificadoras a
partir de um milagre, que teria ocorrido no ano de 1333, em Portugal (veja um
resumo da história abaixo).
Hoje é comemorado em todo o mundo o Dia
do Padeiro. O pão está associado à história da humanidade. É o maior alimento
dos homens há mais de dois mil anos. Está ainda vinculado ao milagre dos pães,
feito por Jesus. Gesto que a humanidade tenta preservar, e até mesmo repetir,
há séculos.
Tem muito a ver, também, com a luta
contra a fome dos mais humildes. Principalmente nos dias atuais, no Brasil, em
que mais de 33 milhões de brasileiros passam fome. Por consequência é também
associado ao trabalho, às ideias e à liberdade dos povos. Uma música bastante
simbólica é Artigo 26, postada abaixo, composição de Ednardo e
cantada por ele e pelo Pessoal do Ceará.
Além de tudo isso, o pão é um alimento
saboroso e combina com diversos tipos de comida. Não acredito em café da manhã
sem pão. Pode ter tudo - frutas, cereais, salsichas, bacon, sucos, leite, café -, mas se não tiver pão, de preferência quentinho... não é café da manhã!
Parabéns aos padeiros e a todos que se dedicam à arte de fazer pão.
O dia em que pães viraram rosas
A história da padroeira dos
panificadores, Santa Isabel, vem de Portugal. Conta-se que em 1333, houve uma
fome terrível naquele país; nem os ricos foram poupados. Dona Isabel, uma
rainha muito virtuosa, casada com o rei Dom Diniz, empenhou suas jóias e mandou
vir trigo de lugares distantes para abastecer o celeiro real, mantendo, dessa
forma, seu costume de distribuir pães aos pobres durante as crises. Sua
caridade, porém era anônima; nem o rei sabia dessa atividade. Num desses dias
de distribuição, o rei apareceu, inesperadamente, e a rainha, temendo a censura
do marido, escondeu os pães nas dobras do avental. O rei percebeu o gesto, e
perguntou, surpreso:
- Que tendes em vosso avental?
A rainha, erguendo o pensamento ao Senhor, disse em voz trêmula:
- São rosas, senhor.
O rei replicou:
- Rosas em janeiro? Deixai que eu as veja e aspire seu perfume.
Santa Isabel abriu o avental e, no chão, para espanto geral, caíram rosas
frescas, perfumadas, as mais belas até então vistas.
D. Diniz não se conteve e beijou as
mãos da esposa, retirando-se enquanto os pobres gritavam: "Milagre,
milagre!".
Por essa razão, o Dia do Padeiro (ou
panificador) é comemorado no mesmo dia de Santa Isabel.
Lembra do Sr. Alirio? Era o padeiro de nossa cidade. E depois, Sr. Enio. A padaria era na praça Castro Alves.
ResponderExcluirLembro, sim. De todos os dois padeiros. Obrigado pela participação aqui no blog.
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