As
manifestações culturais da nossa querida Uruaçu, no interior de Goiás, estão
sempre a nos revelar gratas surpresas. A mais recente delas foi uma poesia
divulgada num grupo de WhatsApp, da lavra do professor Edson Arantes Júnior,
que leciona História na Universidade Estadual de Goiás, Campus Norte, com sede
em Uruaçu.
O
professor-poeta teve a sensibilidade, e o talento, de tratar em versos um tema
muito pertinente a todos nós interioranos, que é o domingo. Um dia especial não
por ser o dia do descanso semanal. Até porque muitos optam pelo descanso no
sábado.
Acontece
que o domingo é repleto de lembranças e enriquecido por atividades culturais as
mais diversas. No nosso tempo de criança, na pequena Uruaçu, era dia de colocar
uma roupa melhor, um sapato limpo, pentear o cabelo e começar tudo pela missa
matinal. Depois ouvir música, bater papo com os amigos, parentes, até o almoço, que geralmente oferecia no cardápio: frango, galinha e/ou uma
apetitosa macarronada.
O
poema Dia de Domingo, desse poeta, professor e doutor em História pela
Universidade Federal de Goiás, tem a capacidade de nos fazer viajar no tempo e de
nos sentirmos como se estivéssemos em um dia de domingo, sentado à mesa do almoço
familiar, aguardando o tão esperado e tão bem-preparado prato domingueiro.
Com
a palavra o poeta, sua poesia e esses versos condutores de nossas lembranças.
Dia de domingo
Edson Arantes Junior
Preso
no tanque
Um
frango gordo
Espera
aflito
A
velha pega
Mãos
ágeis
Firma
pés, cabeça
No
fim do pescoço
Atraca
o polegar
Rodopia
as penas
Até
estalar
Água
fervente
Não
pode esperar
Escalda
bem
Pra
limpar
Rapidamente
ele está branco
No
fogo ele sapeca
Daqui,
dali
-
tem de queimar bem,
Pra
não ficar cheiro
Leva
pra pia
Lava
com bucha e sabão
Seca
com esmero
Começa
a cortar
-presta
atenção, quem
Sabe
abrir um frango
Termina
com vinte um pedaços
-
Já cortou? O velho perguntava
Uma
velha frigideira
Pouco
óleo
O
figo no fogo
Só
um pouco
Pra
tirar gosto
Uma
dose de cachaça
Um
pedaço pro menino
Tinha
angu e quiabo
O
frango é novo
Cuidado
De
novo o velho
Dividia
a moela
Com
o menino
O
menino não inzonava pra comer
A
velha contava um causo
Era
tanta
Vida
Memórias de um poeta!!
ResponderExcluirNos faz reviver o passado, passado distante, quase presente!!
Gratidão
Obrigado pela participação aqui no blog.
ExcluirLindo poema!
ResponderExcluirTambém achei, Rodrigo. Viajei no tempo por meio das lembranças. Agradecido pela sua participação no blog.
ExcluirBão demais!! Tem muito menino hoje que nunca viu preparar um frango desse jeito, a geração fast food so come peito de frango, que acham que nasce na bandeijinha do supermercado.
ResponderExcluirTem razão. Obrigado pela participação no blog.
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