quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

São Paulo faz 469 anos e volta a ter comemorações

 

A cidade de São Paulo faz hoje 469 anos. Nos anos de 2021 e 2022, as comemorações não existiram ou foram limitadas pela pandemia da Covid-19. Este ano, felizmente, está sendo diferente. As atividades comemorativas começaram no sábado (21) e só terminam no domingo (29). Sob o tema “São Paulo, o mundo se encontra aqui”, a megalópole para nesta quarta-feira com a realização de shows, inaugurações e atividades culturais diversas. A cidade merece.

São Paulo tem quase a idade do descobrimento do Brasil e sua história se confunde com a do país. Tem tudo no âmbito da indústria, comércio, diversão, artes e cultura. Os problemas também são muitos e com a dimensão de um país. Mas, seus atrativos são grandiosos e nos deixam entusiasmados.

Estar em São Paulo é se sentir amplo, realizado. As possibilidades são tantas que nos consideramos parte delas. Nossos sonhos crescem junto com a dimensão da cidade e tudo o que ela nos oferece.

Senti isso de forma mais relevante quando conheci a Vila Madalena e suas opções de boemia tão tradicionais e admiradas. A começar pelos nomes poéticos das ruas: Paulistânia, Harmonia, Purpurina, Girassol, Original, entre outros. De repente, você se encontra na esquina da Harmonia com a Purpurina. Nomes que foram sugeridos por estudantes anarquistas que frequentavam o bairro.

Hoje, pela manhã, tive a oportunidade de assistir uma bela matéria no Bom Dia Brasil da TV Globo. Entre outras atrações, mostrou o mercado de São Paulo, que comemora 90 anos, com suas frutas deliciosas e maravilhosas, lanches apetitosos e petiscos convidativos.

O que não tenho visto ser ostentado por aí, com grandeza e orgulho, é a cultura caipira, que Som Paulo fez nascer e cultivou por tantos anos. No campo da música, a cidade viu brotar a música caipira de qualidade, mas também presenciou, assiste até hoje, o sucesso dos sertanejos oportunistas, como um tal de Daniel, que fez dupla com João Paulo, e outros do mesmo nível, de uma pobreza artística impressionante.

O universo caipira foi desbravado pelo paulista Cornélio Pires, que, se ainda estivesse vivo, não permitiria esse vácuo na cultura secular de São Paulo. Tudo isso está muito claro nos belos versos de Nhô Bento, resgatados por Rolando Boldrin, como abertura da música Paulistinha, composição de Barreto, que reproduzo no vídeo abaixo.

Tenho admiração pela São Paulo dos tempos de Alvarenga e Ranchinho, Raul Torres, Zé Fortuna, Nhô Bento, Barreto, Tonico e Tinoco e tantos outros que fizeram estrada na música verdadeiramente sertaneja – ainda existe? Faço essa pergunta pelo fato de o São Paulo de agora fazer 469 anos e ter se transformado num verdadeiro país dentro do Brasil. Tem um mundo dentro de si e carrega, como consequência, problemas que são inimagináveis para essa cabecinha, aqui, lá do interior goiano...

São Paulo continua a desafiar qualquer raciocínio lógico, abrigando gente de todas as partes do país e do mundo. Caetano Veloso teve uma sensibilidade extraordinária ao compor Sampa, que fala da beleza impressionante e assustadora da cidade, de sua Rita Lee e de tantas outras realidades.

Viva São Paulo e Som Paulo! O de agora e o de sempre! Dos tempos dos caipiras até os dias de hoje, passando por Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa e tantos outros de saudosa memória! A cidade é rica culturalmente e não apenas financeiramente."


 

 

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