terça-feira, 24 de maio de 2016

Dia nacional do café, com poesia e música, é bem melhor


Minha sogra Odessa de Freitas tinha uma frase lapidar sobre café. Quando eu me encontrava na cozinha, terminando de fazer um cafezinho, ela chegava mansamente e dizia: “Cheiro de café a gente escuta longe...”. Nem precisa dizer mais nada sobre o aspecto do aroma produzido por esse produto. Quem aprecia essa bebida sabe quanto é excitante quando seu cheiro chega ao nosso olfato.

Nesse Dia Nacional do Café, que se comemora hoje, é bom relembrar que o cafezinho já foi condenado por ser uma bebida prejudicial à saúde, durante muitos anos. Depois descobriram que não era bem assim... até virou moda dizer que, muito ao contrário, ela nos faz bem, evitando-se o excesso, claro. Os mais entendidos dizem até que o café tem propriedades nutracêuticas (nutricional e farmacêutica). 

É uma das poucas paixões nacionais que conseguem disputar com o futebol. Tenho verdadeiro fascínio pelo café, embora procure tomar de forma regrada por recomendações médicas – é sempre assim, eles só nos proíbem as coisas boas.

Minha admiração pelo café, assim como pelo rádio, vem dos tempos de criança, quando ficava a ouvir programas musicais no aparelho localizado e sintonizado na cozinha. Além do aroma das comidas, escutava-se por lá o cheiro bom de um cafezinho preparado no fogão de lenha.

Para comemorar essa data, seguem dois poemas e uma música. O ideal é que, enquanto leiam e escutem a melodia, os amigos do blog tenham ao lado uma xícara de café, feito na hora, com amor e carinho. O prazer será dobrado, com certeza.


Primeiro café
Matheus Carvalho

Precisa ler, precisa
virar página, superar,
esquecer essa
mulher.

Segundo café.
Não pode ler, tenta
ouvir música, abafar
coração e falta 
de fé.

Terceiro café.
Volta a rotina, trabalho
em dois turnos, estudo
de noite, o que mais se
quiser.

Quarto café.
Evita o rumor de
não mais poder ser
o que você
é




Simplesmente café
José Carlos Camapum Barroso

Café bebida boa
Que não se cheira apenas,
Escuta-se de longe...

Café bom bebe-se,
Cheira-se como vinho.
Café com leite,
Mistura de raças
E aliança política.

Café e rádio...
Café e rapé...
Rosário de café!
Simplesmente... Café.
Café filho e pai
De gerações e ilusões.

Café planta,
Plantação
Que encanta.
Torrado e moído,
No vácuo,
Em cápsula que excita.
Café afrodisíaco.

Café e conversa,
Em prosa e versos.
Com chocolate,
Um bate papo cremoso...

Simplesmente café.
Eternamente, café.



5 comentários:

  1. Bela homenagem ao nosso querido (pretinho) de cada dia !!! Por falar nisso logo mais sairá um fresquinho viu...

    ResponderExcluir
  2. Muito bons esses dois poemas. O primeiro casual e filosófico;o segundo, despretensioso e aromático! Ao estilo de Bandeira, simples e lírico.ambos convidam a degustar um café, um café à brasileira, que coisa melhor não há! E viva o Cafezal em flor!

    ResponderExcluir
  3. Que maravilha de poemas!
    E a melidia do cafezal em flor nos enche o peito como aroma do café ☕ quente!

    ResponderExcluir
  4. O primeiro é do meu filho Matheus..

    ResponderExcluir
  5. Dois belos poemas, amo café, o café é bebido para salvar o que a razão não alcança. O cafezal em flor é belo, garantia de um fruto especial.Muito bom.

    ResponderExcluir