quinta-feira, 1 de março de 2018

Rio, sob intervenção, comemora 453 anos de beleza


O Rio de Janeiro faz hoje 453 anos. Ironicamente, sob intervenção federal. Justamente a cidade brasileira mais aberta a todos os cidadãos e cidadãs do mundo. Com seu Cristo Redentor de braços abertos para a baia de Guanabara, o Rio, mas especificamente o carioca, sempre recebe de forma acolhedora, deixando-nos à vontade para curtir e apreciar suas belezas e atrações, que são muitas.
Vejo o Rio de Janeiro não apenas como uma cidade. É também um estado de espírito. O astral, o humor e a disposição do visitante começam a melhorar quando se avista a cidade pela primeira vez. Aquela aproximação do Rio de Janeiro já compensa a viagem. Se chegamos de carro, então, melhor ainda. O sobe e desce da Serra do Mar, as curvas da estrada, o espalhar da vista em direção à Cidade Maravilhosa, tudo isso nos enche de contentamento. Imagino ser fantástica, também, a aproximação da cidade maravilhosa pelo mar.
Mesmo com o fantasma da intervenção e os índices altos de violência, não podemos esquecer que essa cidade, aos 453 anos, continua à disposição dos cariocas, brasileiros, estrangeiros, indígenas e alienígenas, com sua Baía de Guanabara a nos receber plenamente, o Cristo sempre redentor, e suas montanhas íngremes e ondas do mar o tempo todo a nos advertir: deixar esse cantinho não é fácil, meu irmão!


Cantado em versos e prosas, músicas, estampado em fotografias, cinemas, pinturas... o Rio é fonte inesgotável de inspiração. Suas belezas são naturais e opõem o azul do mar ao verde das matas, a imensidão do céu à limitação das serras, do concreto e das construções que desconstruíram os morros.
O Rio é tudo isso junto, amalgamado por uma energia sem precedentes e sem limites, embalado pelo ritmo do samba, o balanço da bossa-nova, a melodia do chorinho e os versos de Bandeira, Drummond e Vinícius. A musicalidade salta pelas bochechas de Pixinguinha, o queixo de Noel, o nariz de Cartola, os olhos de Chico e as orelhas de Ary Barroso. No peito, a batida forte de sambistas como Beth Carvalho, Luiz Carlos da Vila, Candeia, Cartola, Monsueto, Silas de Oliveira, Martinho da Vila, Moacir Luz e tantos outros... E as belíssimas escolas de samba.
O Rio a ser lembrado e homenageado não é o da violência e da intervenção federal. Isso é passageiro e em breve será página virada da nossa história.


O Rio que está lá, hoje, a comemorar seus 453 aninhos de existência, sob o calor do Verão, o sol, a frescura das ondas e a ternura da brisa, que sopra pelo calçadão de Copacabana, os restaurantes, os bares e as ruas cheias de garotas de Ipanema, do Meier, do Leblon... esse é o Rio que habita nossas mentes e pulsa forte em nossos corações.
Infelizmente, estamos aqui, pobres mortais, a enfrentar mais um dia de trabalho, a torcer para que a sexta-feira chegue rapidamente e o fim de semana não seja tão quente. Vamos continuar a embalar o sonho de rever o Rio de Janeiro logo, antes que o Verão termine. Se não for possível, depois que ele passar e chegar o Outono, o Inverno, a Primavera...
Enquanto isso, vamos ouvir um pouco de música que traduza a grandeza do Rio. Tom Jobim e Frank Sinatra, e na sequência Chico Buarque, João Gilberto e Stan Getz.
Mais do que nunca é preciso cantar: Viva o Rio de Janeiro!




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