sábado, 3 de abril de 2021

Sábado da Aleluia é dia da Verdade e de Poesia

Hoje é sábado da Aleluia e, no calendário dos homens, dia consagrado à Verdade. Talvez seja porque a humanidade acordou perplexa em busca de algo para se agarrar depois ter crucificado e morto quem poderia salvá-la da imensa escuridão dos tempos. Um dia bom para se buscar a verdade, depois de ter fechado olhos e ouvidos para tudo que o filho de Deus mostrou e disse.

Nadine Stair, escritora americana, escreveu um belíssimo poema sobre Instantes. Aos 85 anos, ela reflete sobre o que faria se “pudesse voltar a viver a minha vida”. Um belo texto sobre um tema tão presente em nossa existência... o que faríamos se voltássemos no tempo? O que fariam os homens se voltassem até aqueles dias anteriores ao sábado da Aleluia de 2.021 anos atrás?

Os instantes são esses elementos que compõem a nossa existência; e o da humanidade, também, ao longo de anos, séculos e milênios.

Como hoje é sábado é dia de poesia. Mais ainda quando é de Aleluia. Vamos aos poemas, eles falam sobre todos esses temas... 


Instantes

Nadine Stair

 

Se eu pudesse novamente viver a minha vida,

na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito,

relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.

 

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico. Correria mais riscos,

viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,

subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui,

tomaria mais sorvetes e menos lentilha,

teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

 

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata

e profundamente cada minuto de sua vida;

claro que tive momentos de alegria.

Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente

de ter bons momentos.

 

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;

não percam o agora.

Eu era um daqueles que nunca ia

a parte alguma sem um termômetro,

uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas e,

se voltasse a viver, viajaria mais leve.

 

Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera

e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua,

contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo.

 

 

Instantes

José Carlos Camapum Barroso

 

Felicidade, uma constante

Derivada do instante

Que se perde no infinito.

Ecoar do próprio grito,

Na imensidão da noite

Desperta no alvorecer.

 

O nascer e o renascer

De quem viu a escuridão:

Um dia, sim; outro, não.

 

Lusco-fusco do entardecer,

De repente, opõe à luz

Um ser postado em cruz...

 

A felicidade retorna... e vai.

O dia passa, a noite cai,

Como estrela cadente...

 

Como recolher de passarinhos

Ao ninho depois do último canto.

O sereno encanto,

Da felicidade ao amanhecer.

 

Como o despertar do ser,

Na dimensão do próprio grito,

Na imensidão do Universo...

 

A vida segue os versos

Da eternidade do infinito.


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