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Imagem do Pixabay |
É
preciso dar um jeito, meu amigo. Sugere o verso da canção de Erasmo e Roberto
Carlos, que nos deixa em estado de reflexão no final do filme Ainda Estou Aqui,
vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2025. Como dar um jeito neste
mundo desajeitado, desiquilibrado, coberto por uma atmosfera que respiramos de
manhã, de tarde e de noite, de ódio, preconceito e discriminação...?
Talvez
sejam essas as perguntas que não queiram calar neste século. Dar um jeito em
quê? Em quem, de que forma e dimensão? Se hoje respiramos liberdade, vivemos
uma democracia e nos acalentamos em um Estado de Democrático de Direito, devemos agradecer à
luta de muitos que tombaram no caminho, vítimas do mesmo ódio, do rancor, do
preconceito e da discriminação nos tempos atuais, potencializados agora por “batalhas”
virtuais, não menos agressivas e destruidoras do que as dos porões da ditadura.
Não
foi apenas Rubens Paiva que foi arrancado do seio da sua família, da
tranquilidade do seu lar, para ser barbaramente torturado, morto e desaparecido...
Foram dezenas, centenas, milhares de vidas ceifadas ou mutiladas pelo ódio aos
esquerdistas, aos comunistas de então. Seres humanos desfigurados pelas baionetas
dos militares, pelo poder financeiro dos nichos dominantes, pela indiferença
das famílias donas dos meios de comunicação e, o que é sempre inquietante e
assustador, pelas ações preconceituosas, discriminatórias e reacionárias de uma
classe média crente em Deus, seguidoras, em tese, dos ensinamentos cristãos.
Todos
esses personagens estão por aqui, circulando entre o mundo real e o virtual criado
pela evolução tecnológica. Menos os que tombaram na luta pela liberdade,
ceifados pela força e pela intransigência dominante, de antes e de agora. Muitos
desses personagens estão nas redes sociais a destruir vidas, desiquilibrar o
bem-estar de famílias, desqualificar o trabalho e destruir os sonhos de
brasileiros considerados e taxados de “vermelhos”.
Estiveram
todos muito bem representados lá nos movimentos comandados pelos Black Blocs.
Estavam nas ruas, avenidas, eixos e praças no 12 de dezembro de 2022 e no 8 de
janeiro de 2023. De forma coordenada, organizada, municiada, financiada e
estimulada pelos mesmos outros personagens dos anos de chumbo da ditadura
militar. Estavam lá pela ação ou omissão da classe média desvairada, crente em
Deus, exaltada pelas palavras de bispos e pastores que pregam e ensinam o
desamor, o ódio, o preconceito, a discriminação, de maneira cada vez mais
distante e oposta aos ensinamentos de Cristo.
Talvez, as reflexões sirvam, pelo menos, para começarmos a compreender os versos da
canção: É preciso dar um jeito, meu amigo. É mais do que preciso, é necessário,
um dever urgente e imperioso sairmos do nosso mundinho acomodado e inercial. O
mesmo mundo formado e conformado pelo silêncio, a indiferença e, o que é sempre
muito pior, pela omissão.
Vamos dar um jeito, meus amigos, antes que seja tarde!
Nossa, esse filme virou briga política, o que deveria ser uma conquista e festejo pro cinema, virou tema de debate nas menores rodas de conversa... Como diria minha mãe pra ser vigilante sempre repita: "como Jesus agiria nessa situação"? Não é fácil ser vigilante mas perceber que o ódio e diferente do amor isso é bem fácil.
ResponderExcluirÉ bem esse o espírito daquilo que tentei dizer... O verdadeiro espírito cristão está meio perdido no mundo de hoje. Mas, caminhemos... obrigado pela participação. Abraço.
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