Duas maravilhas deste
mundo começam com a letra M – mulher e música. Não necessariamente nesta ordem
de importância, até porque, as mulheres, além de toda a beleza e encantamento,
são sábias o suficiente para saberem que não dá para concorrer – e nem elas querem
– com a rainha das artes.
A palavra tem origem
grega: mousikê, que significa a arte
das musas e, justamente por isso, incluía poesia e dança. Não é possível dizer
quando o homem começou a fazer e a executar música. Seus registros não eram
possíveis nos primórdios da nossa história, ao contrário da pintura, por
exemplo, inscrita em cavernas. Os homens pré-históricos não fabricavam
instrumentos artesanais, mas marcavam o ritmo com os pés e as mãos e podiam
assoviar, uivar e gritar, o que, dependendo da harmonia, acabava virando música
– isso é atávico em alguns conjuntos de rock.
Desde as suas formas
mais primitivas, registradas ou não, a música sempre serviu para produzir
emoções, alegrar e acalmar a alma, engrandecer o espírito, descansando e dando
vida nova à mente e ao corpo.
Rendo as melhores e
mais sinceras homenagens a todos os músicos no Dia da Música. Ela é uma paixão
que entrou na minha vida muito cedo. Desde criança, vivia com o ouvido colado
no rádio a espera dos programas musicais. Um dos passatempos preferidos da
infância era atravessar a rua da minha casa para a de tia Constância, onde
existia uma radiola e muitos bolachões. Nos dias de semana, não tínhamos esse
privilégio, que só nos era concedido aos domingos e feriados, depois da missa,
claro.
Tempos em que Uruaçu
não tinha água encanada e tratada, e luz elétrica só em determinados horários.
No quintal, cisterna, latada pra lavar e enxugar vasilhas... Muita música e
poesia sempre andaram juntas.
No Dia da Música, um
pouquinho de poesia, música de Bach, Mozart e Villa-Lobos. E ainda tem um deleite
a mais: amanhã é sexta-feira.
Lembranças
José Carlos Camapum
Barroso
Naquela
latada tem
Velhas
vasilhas vazias,
Mãos escorregadias,
Brancas de
Branca,
Negras de
Generosa...
Amadas e
Amélias
Vasilhas
luzidias
Entre dedos
brilhantes
E lágrimas
cortantes.
Águas que
jorram...
Naquela
latada tem
Um mar de
água doce
Por onde
Maria se foi...
Quantos
baldes,
Tantas
Abadias...
Tripa de
porco,
Buchada de
bode
E sangue de
boi
Naquela latada
tem
Um espelho d’água,
Rosto de
meninos,
Sonhos e
mágoas...
Boca de cisterna
Beirada de
jirau
Maxixe no
monturo
E laranja no
quintal
Naquela
latada tem
Gotas de
orvalho,
Rio de
lágrimas e suor...
Sorrisos de
crianças
Segredos em
dor maior...
Tantas lembranças...
Naquela
latada tinha
Uma casa, uma
história
Réstias de
saudades
E uma foto na
memória:
E como dói.
Que maravilha!!! um verdadeiro presente!!! (as "lembranças" e a música dos mestres...)
ResponderExcluirabraços,
Melissa
Beleza, amigo ZE. Não esqueça do radio ligado na Mundial (860 Mundial...!) nas escadas da Igreja ou nos bancos das praças, ouvindo musica e sonhando com o San Conrado Hotel.As noites eram quentes e maravilhosas (só tenho boas lembranças!). Antes de dormir, um "mixidão" na casa da querida Iracema ou da saudosa Dona Nenzinha (psiu Leo, não faça barulho!!). Sempre fomos felizes, não?!!!!!! Um beijão
ResponderExcluirTambém só tenho boas lembranças, amigo Jorginho. Éramos felizes e sabíamos disso. Uruaçu é uma cidade querida que estará sempre em nosso corações. Dona Nenzinha faz parte da nossa memória, assim como tantas outras pessoas queridas que nos deixaram. Outras ainda estão entre nós e merecem reverências, como dona Iracema, minha mãe, e a nossa querida Dona Chiquita. Beijos para nós todos.
ExcluirBela poesia meu irmão ! Nossa casa feita por vovô, nossa infância onde brigávamos pouco e nos amávamos muito ! A adolescência ladeada de bons amigos, música, poesia e sonhos. Uruaçu nos deu muito, córregos ao lado de casa, e limpo.Quintais cheios de frutas, galinhdas na madrugada . Fomos felizes e até hoje sou feliz quando lá estou . Bela volta as raízes ! Parabéns !
ResponderExcluirVoltar às raízes é sempre muito bom, né, minha irmã. E você é uma privilegiada porque vai com frequência para nossa terrinha. Nossas lembranças são essas e outras. Depois vou cavucar mais um bocadinho. Beijos.
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