sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Queijo na mesa e na sobremesa está na nossa cultura


Queijo também é cultura. Por isso mesmo, não poderia continuar ausente das páginas aqui do ZecaBlog. Principalmente depois dessa foto tirada ao lado do amigo Elmiro da Cunha Pinto, dono de uma banca de queijos e outros quitutes do Lago Norte, um conhecido feirante do Distrito Federal, especialmente na Feira dos Goianos. O queijo ostentado na foto foi produzido especialmente para atender um pedido do Elmiro. É da região da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e considerado por muitos especialistas o melhor queijo produzido no Brasil. Compro toda semana e a mineiríssima Stela Márcia, minha mulher, adora.
O queijo de Minas já é tombado pelo Iphan, como patrimônio cultural brasileiro, há cinco anos. E seu valor gastronômico é reconhecido em outros países. O primeiro cidadão estrangeiro a fazê-lo foi o pintor Jean-Baptiste Debret (tinha que ser um francês!), quando, em viagem ao Brasil, lá pelos idos de 1816, notou que tínhamos um produto diferente, servido ao final das refeições e conhecido por queijo-de-minas. Também no início do século XIX, foi exaltado por outro francês famoso: Auguste de Saint-Hilaire.


Tem um provérbio antigo que diz: "queijo com pão faz homem são". Genial. Eu faria apenas uma variação para dizer o seguinte: de queijo e pão todos os homens são. E é assim mesmo. Esses dois alimentos estão associados integralmente a história da humanidade. Melhor que esse casamento só o da goiabada com queijo, o famoso e delicioso Romeu e Julieta. Apaixonante até no nome.
O queijo está presente na mesa da humanidade há mais de 10 mil anos. Assírios, caldeus, egípcios e mais tarde gregos e romanos apreciavam o produto, utilizando-o bastante na alimentação dos soldados. No Brasil, surgiu na região do Serro Frio, Minas Gerais, produzido por portugueses que queriam um queijo semelhante ao tipo Serra, muito comum em Portugal. Ao invés do leite de ovelhas, aqui usaram o queijo de vaca, dando origem ao Queijo Minas.

Queijo Canastra, meia-cura, semelhante ao que compro toda semana
Certa vez disse ao Paulinho Hargreaves, filho do ex-ministro Henrique Hargreaves, que estava comprando queijo meia-cura da região da Serra da Canastra, importado de lá pelo nosso amigo Elmiro. Ele não teve dúvidas, e sentenciou com a autoridade da família que conhece do assunto: “você comprando o melhor queijo que tem no Brasil”.
Desejo a todos um fim de semana de muita chuva, menos calor e bastante queijo na mesa, um bom vinho, uma ótima companhia e uma música com a grandeza de Travessia, de Milton Nascimento e Fernando Brant, dois mineiros criados com queijo-de-minas e tantas outras maravilhas das Alterosas.



Um comentário:

  1. Queijim bão é quarquer um de Minas,
    uai. Serra ou sertão pode cume que faz bem.
    Cerveja e queijo ou Romeu e Julieta. Sempre bom ler suas brasilianas histórias.
    Abraço . Tuim

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