Não
é por acaso que 31 de dezembro é considerado o Dia da Esperança. Um ano termina
e o outro estará se iniciando. Nada mais natural, então, que na passagem de um
período para o outro, renovemos nossos votos de esperança e paz. Neste ponto, tocamos
num ponto de discordância entre filósofos. Há os que consideram que a esperança
não é uma virtude, como Santo Agostinho, e os que pensam bem ao contrário, como
Gregório de Nazianzo, o Teólogo.
Jean
Paul Sartre, distante dos pensadores cristãos, é autor da frase “eu resisto e
sei que morrerei na esperança”, que tanta estranheza causou àqueles que se
dedicaram à obra do pensador francês. Na verdade, Sartre quis enfatizar o
projeto, a ação do homem que caminha rumo a um objeto futuro, tendo em vista o
presente, aquela certeza da realização da ação. É como se o homem estivesse
sempre formando sua essência, que nunca está pronta, e, por isso mesmo, ele
precisa se fazer.
Esse prolegômeno é por uma razão simples. Não há nada de absurdo,
ou exagerado, em se ter o último dia do ano como o da esperança. Não aquela
esperança comodista e acomodada, que se assenta no pensamento de que basta
esperar para que tudo venha a ocorrer.
A esperança precisa estar vinculada a
ações positivas, pensamentos firmes e determinados, tudo na certeza de que
ações de hoje podem nos garantir os frutos a serem colhidos no amanhã. Afastar
os maus pensamentos, a obsessão pela crise, a proximidade com fluidos
negativos, ajuda bastante a quem deseja resistir e, portanto, imaginar-se
morrendo de esperança, como Sartre.
Investir na solidariedade, no amor ao próximo e no engrandecimento daqueles que farão as gerações futuras, também é um bom contorno para a esperança.
Investir na solidariedade, no amor ao próximo e no engrandecimento daqueles que farão as gerações futuras, também é um bom contorno para a esperança.
O ZecaBlog é um espaço
dedicado à cultura, desde que surgiu há quase nove anos, sempre com essa fé na
existência, na arte do fazer, no engenho de elaborar aquilo que nos torne mais
humanos e possa engrandecer o cidadão do futuro.
Nesse sentido, é que desejamos às
amigas e amigos, visitadores e colaboradores deste espaço, sempre com paciência
e carinho para com as postagens, um ano novo cheio de realizações e pleno de
conquistas. Que 2020 nos encha de alegria e derrame sobre todas as mentes e
corações o prazer e o contentamento que vêm das artes e da cultura!
Salve a esperança! Ela é a última que
morre. E se for preciso “morrerei na esperança”. Mas não nos esqueçamos que,
também, a esperança pode adoecer, sofrer combalida, quando não regada a
contento.
Beijos no coração de todos e até o ano que vem!
Beijos no coração de todos e até o ano que vem!
Velhas Árvores
Olavo Bilac
Do que as árvores
moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
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