Nana
Caymmi é, porque sempre será, do time da melhores cantoras brasileiras de todos
os tempos. Vai se juntar à extraordinária Elizeth Cardoso, a Divina, no reino
dos céus. Morreu, nesta quinta-feira (1º/5), aos 84 anos, vítima de overdose de
opioides, depois de ficar nove meses internada para tratar de um quadro de
arritmia.
Sua
voz era a própria expressão do drama que marca nossa curta existência. Passa a
dimensão certa da dor, da alegria, da compaixão e da paixão que nos cercam dia
a dia. Ouvir Nana Caymmi cantar é a porta aberta para viajarmos no tempo, no
espaço, conhecermos outras realidades, vivências e convivências que a vida nos
oferece e muitas vezes não temos o dom ou, pelo menos, uma luz a nos revelar.
Tinha
o ambiente musical em casa, sob a batuta do genial Dorival Caymmi, suas
composições de rara beleza, sua voz marcante, além do olhar atento e sempre
cuidadoso da mãe Stella Maris e a convivência com os criativos irmãos Dori e
Danilo. Estava tudo ali, posto, para quem trazia no DNA o talento, poder brotar,
florir e, ao longo dos anos, dilapidar uma joia rara do nosso universo
artístico.
Começou
sua carreira nos anos 1960. Em 1964, participou da gravação do disco “Caymmi
visita Tom e leva seus filhos Nana, Dori e Danilo”, um clássico que
fez sucesso não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos. É na década de
1970 que acontece o despertar de um cantora que viria a ser admirada e amada
por milhões de brasileiros. Grava e mostra ao mundo a que veio com os álbuns “Nana
Caymmi” (1975) e “Renascer” (1976).
Foto de Flávia Bartholo/Divulgação |
No
ano de 1983 gravou o primeiro disco com o marido e pianista César Camargo
Mariani: “Voz e Suor” (1983). Depois viriam os belíssimos “Bolero” (1993) e “A
Noite do Meu Bem – As Canções de Dolores Duran” (1994) – este produzido por
José Milton, com quem vai trabalhar até 2019, quando a carreira começa a
arrefecer por questões de saúde.
Estamos
todos de luto pela perda dessa artista talentosíssima. Faço minhas as palavras
de Danilo Caymmi nas redes sociais: "O Brasil perde uma grande cantora,
uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu".
É
difícil escolher as melhores interpretações de Nana ao longo de uma carreira
tão rica. Peço licença às leitoras e leitores para postar três interpretações,
mas, outras tantas joias raras, com certeza, estarão de fora.
RIP,
Nana Caymmi!
Uma grande perda pra música brasileira ... Sua voz arrepiava!
ResponderExcluirObrigado pela participação.
ExcluirQue tristeza!
ResponderExcluirLamentável…
Sou eterno fã.
Boa passagem querida Nana. E obrigado por tudo e por tanto.
Muito triste e uma grande perda para o nosso mundo musical. Também sou fã de carteirinha. Obrigado.
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