sábado, 14 de junho de 2025

Dezenove anos sem Odessa de Freitas... como faz falta

Há exatos 19 anos, nesse mesmo Dia Universal de Deus, minha sogra Odessa de Freitas resolveu, de forma abrupta e inesperada, trocar este mundo por um outro, talvez melhor e mais grandioso. Foi mais uma vítima dos acidentes de trânsito tão frequentes nas metrópoles brasileiras. Mais um pedestre que entrou para as estatísticas quando transitava pelas ruas de Goiânia, na Avenida 85, bem pertinho do campo do Goiás, no dia 14 de junho de 2006, véspera de mais uma Copa do Mundo de Futebol.

Durante todos esses anos de ausência, pudemos perceber quanta falta faz uma pessoa de personalidade marcante e presença constante em todos os episódios da família e das pessoas que amava. Nunca se furtou a percorrer distâncias e atravessar fronteiras para visitar um parente ou um amigo.

Deixou muitas saudades e uma gama de boas lembranças, principalmente pela personalidade que ostentava: forte, determinada e de uma invejável capacidade de comunicação. Dedicou boa parte da sua vida à família, aos amigos e amigas. Não os abandonava, jamais, sempre dando atenção especial nos momentos bons e ruins da vida.

Quem não a conheceu, perdeu uma extraordinária oportunidade de conviver com uma bela pessoa. Sincera, muito franca e de uma presença de espírito impressionante. Adorava o Rio de Janeiro – na foto acima, de blusa branca, passeando por lá com a prima Antônia Braga –, o Botafogo, Carlos Lacerda, Jânio Quadros, Getúlio Vargas, mas detestava Juscelino Kubitschek, Brasília e tudo que, por algum motivo, lembrasse "o comunismo". Era da UDN do lenço branco.

Católica, devota do padre Eustáquio, morreu no dia anterior a beatificação do padre holandês, que morou e morreu em Belo Horizonte (MG), em 1943.  Era mineira da gema e se orgulhava da sua gente.

Dezenove anos... como o tempo voa. Não se fazem ausentes, jamais, aquelas personalidades que sempre estiveram presentes pela força do seu ser. Pessoas assim são capazes de desafiar até o tempo. De fato, só poderia ter nos deixado no Dia Universal de Deus...

A Odessa de Freitas, minha sogra, mãe da minha mulher, avó dos meus filhos, bisavó dos meus netos, dedico esse poema-canção e a música Serenata de Schuber, que ela adorava. Estará a ler e a ouvir ao lado de Deus, acompanhada de acordes celestiais.

Beijos no coração.

 Canção de adeus

José Carlos Camapum Barroso
 
Vou andar sobre nuvens
Trocar estrelas no céu,
Lustrar o brilho da Lua,
Filtrar os raios do Sol.
Acariciar o vento Oeste,
Antes que o sopro Leste
Traga a fúria dos Deuses.
 
Trocar a lua Nova,
Pelo brilho da Cheia
A refletir na branca areia
Belos sonhos de então...
 
Bem acima dos montes
A plainar no Horizonte
Como o voo da Águia,
Verei a fonte dos rios,
O espelho dos Lagos
A refletir a grandeza
Da natureza Divina.
 
E nos olhos, lágrimas,
Gotas puras de orvalho,
Prisma de cristal...
Luzes de saudades...
Tão perto do infinito
Bem distante dos meus,
A gritarem bem forte:
Por que o vento Norte
Não ouve a voz de Deus?
 
Ventos de altitude
Não escolhem latitude,
Apenas cobrem a Terra
No manto da sagração.
 
É folha de esperança!
Como riso de criança,
Que jorra do coração... 

10 comentários:

  1. Belo poema, acompanhado de uma belíssima música. Parabéns!👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

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  2. Uma Tia Maravilhosa! ExÍmia Costureira, desenhou e fez meu lindo vestido de Formatura do Segundo Grau. Só Gratidão...

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    1. Que boa lembrança, Mirian. Obrigado pela participação aqui no blog.

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  3. Zé Carlos.
    Vc me fez ver uma lembrança nítida da saudade que sinto da Tia Odessa.
    Vc disse uma grande verdade.
    Todos os Anos ia mis visitar.
    E quando chegava a alegria era predominante.

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  5. Mais uma vez, vc, meu cunhado querido, fez uma linda homenagem! Emoção e saudade…

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