domingo, 26 de outubro de 2025

Quando morre um poeta, todos morrem...

Ilustração de Nova Escola

A morte é o grande mistério da humanidade. Religião, ciência e filosofia debatem sobre o tema há séculos. Todos nós sentimos e sofremos com a perda dos entes queridos, dos amigos e das pessoas que admiramos e temos como fonte de luz e de inspiração nesta existência.

Assim, lamentamos e choramos quando morrem pessoas famosas, artistas, escritores, músicos que de uma forma ou de outra foram fontes de aprendizados, ou simplesmente de contentamento, conforto, prazeres e alegrias.

De igual modo, sentimos tristeza profunda, como se o chão estivesse sido arrancado dos nossos pés, quando morre um poeta. Se é que morrem... alguém já disse que os poetas não morrem, apenas dormem. Sentimos a poesia como uma forma de eternidade. Os poetas perseguem o sonho e a eternidade, e a arte os transcende após a morte física.

No Brasil, este ano, perdemos dois nomes grandiosos: Affonso Romano de Sant’Anna e Luís Fernando Veríssimo. Mesmo já tendo ocorrido há algum tempo, quem não sofreu, e ainda sofre, com a morte de Vinícius de Moraes, nosso querido e amado poetinha? Com a perda de Carlos Drummond de Andrade, o poeta maior? De Manoel Bandeira, com sua obra grandiosa, e de João Cabral de Melo Neto, com toda sua singularidade...?

Somos todos filhos dos poetas, adotados pela poesia. Não há como fugir dessa sabedoria como não se escapa da morte. A todos esses poetas que já se foram desse mundo, minha admiração e gratidão nos versos abaixo e na música postada logo a seguir.

Bom domingo, cheio de versos e musicalidade.

Morte de um Poeta
José Carlos Camapum Barroso
 
Quando os poetas morrem,
Lágrimas do céu escorrem
Por esse mundo de Deus...
 
As flores se despetalam
Até os pássaros se calam,
Silenciam os cantos seus...
 
A lua e o sol, entristecidos
O brilho e a luz amortecidos,
Eclipse infindo de Zeus...
 
A terra treme, o mar
Faz onda misturar areia
E espuma em véus...
 
Quando os poetas morrem
Palavras frágeis escorrem
Por versos que não são meus...
 
Estrelas riscam, na noite
Escura, sonhos incandescentes,
Desejos que sobem aos céus... 

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