Hoje é um dos dias mais
importantes da minha vida. Foi nesta data, algumas décadas atrás, que veio ao
mundo Maria Iracema do Perpétuo Socorro Coelho Barroso. Este nome pomposo de princesa
passaria a ser, depois do casamento, simplesmente Iracema Barroso Camapum,
minha mãe, dona Ira. Não por acaso, mas sim por ser a pessoa mais importante da
minha vida que ela veio ao mundo um dia depois do nascimento de Cristo, claro,
com a diferença pequena de quase dois milênios...
Por esse motivo também
resolveram instituir o Dia da Lembrança na data de 26 de dezembro. É pra ninguém
esquecer que no dia anterior, veio à vida aquele que iria perpetuar nossas
vidas pela eternidade afora. Mais ainda pra que este marmanjo tenha sempre na
lembrança que no dia de hoje veio ao mundo a razão da sua própria existência.
Dia da Lembrança é bom
também para não nos esquecermos das pessoas queridas, parentes e amigos que já
se foram, ou ainda estão por este mundo, mas afastados pelas distâncias
físicas, embora facilmente superadas hoje em dia pelas mídias sociais. As
pessoas somem, desaparecem por esse mundão de Deus, mas não devem, não podem e
nem serão esquecidas justamente por fazerem partes das nossas lembranças.
Não saem das nossas
lembranças as pessoas que foram boas para nós, principalmente para a nossa
infância. Além de meus tios e tias, não foge da minha memória a presença de um
balconista da loja de tecidos Casa Cearense, vizinha do nosso Armazém Camapum,
que se chamava Ramiro e nos tratava de forma carinhosa e gentil. Dei o nome
dele ao meu primeiro filho para perpetuar essa agradável lembrança.
Haicai
Há na lembrança
Algo de criança, resto
De esperança
Não nos escapam da
memória, também, os amigos de infância, adolescência e mesmo os da idade
adulta, principalmente aqueles que nos deixaram de forma prematura. Dois deles
foram marcantes nessa nossa fugaz passagem pela vida. Escrevi sobre esses dois
amigos aqui no ZecaBlog, se alguém tiver
curiosidade para ler é só clicar nos nomes: Hamilton de Almeida e Manoel Fernandes Teixeira, o Kubitschek.
As lembranças ruins,
negativas, devemos esquecê-las, embora, imagino, não deva ser fácil tirar da memória
das vítimas do Holocausto o que viram, sentiram e passaram durante aqueles dias
tão tenebrosos da história da humanidade. Quem está vivo até hoje e testemunhou
os duros anos da Segunda Grande Guerra, com certeza, não consegue apagá-los
facilmente da lembrança.
Nossas recordações, na
realidade, são partes significativas da nossa existência. Elas estão presentes
na literatura, romances, poesias, artes plásticas... Há filmes belíssimos com roteiros baseados
em lembranças dos tempos de criança e da juventude. Nosso ser são as nossas
lembranças, que não nos fogem da memória, jamais.
Mas, aí já é assunto
para os psicólogos, sociólogos, antropólogos, historiadores e principalmente
para os filósofos. Eu, este mero blogueiro, só sei que lembrei, mais uma vez, bem
cedinho, de minha mãe Iracema e das razões que a fizeram nascer um dia depois
de Cristo. Lembrei-me também de todos vocês, que, com paciência de Jó, passam por essas páginas virtuais.
Fiquem com Deus e com
as suas lembranças. Um pouco de música também ajuda a aquecer nossas
recordações. Lembrança, de José Fortuna, na voz de Duo Ciriema, é uma bela página da nossa história musical.
Parabéns José Carlos...ao ler sobre a D. Iracema, todos lembrarão de suas genitoras e nesta lembrança que cada um fará, o meu agradecimento por esta homenagem indireta a mãe de todos os amigos. Feliz ano de 2015 a você e todos os familiares.
ResponderExcluirValeu, amigo Etienne, dos bons tempos da nossa Uruaçu. Você também faz parte das nossas lembranças. Obrigado pela participação.
Excluir