segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tom Jobim vinte anos depois desafia o tempo e o vento


Levei um susto quando percebi que, neste dia 8 de dezembro, uma segunda-feira, fazem vinte anos da morte de Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Como o tempo passa rápido. Já são duas décadas sem a presença desse compositor refinado, elegante e admiravelmente simples. A música popular brasileira sentiu sua falta de forma bem significativa. Pouca coisa relevante surgiu de lá pra cá.
Tom Jobim inspirava e inspira até hoje gerações de novos músicos, compositores e instrumentistas. Sua música é fortemente marcada pela bossa-nova, mas fez belas modinhas, sambas inesquecíveis, chorinhos monumentais, entre baiões, valsas e outros gêneros musicais.
Competiu com Beatles, Rolling Stones e Elvis Presley ao Grammy do ano de 1964. Saiu vitorioso com Garota de Ipanema, feita em parceria com Vinícius, uma das músicas mais conhecidas no mundo. Frank Sinatra, com quem Tom se apresentou na televisão americana, gravou dois álbuns em homenagem a esse Brasileiro ilustre, reverenciado pelo seu talento. Ella Fitzgerald, uma das mais extraordinárias cantoras do mundo musical, deixou-nos o belíssimo CD Ella Abraça Jobim, que contou com a participação de Oscar Castro Neves no solo de guitarra.

Hoje, no Rio de Janeiro, foi inaugurada estátua de Tom carregando um violão no ombro. A obra é de Christina Motta e está no calçadão de Ipanema, no início da Vieira Souto, próximo ao Arpoador. A escultora diz que escolheu fazer o Tom “bonito, quando ele estava no auge, nos anos 60”. A foto que serviu como modelo foi a que ele está ao lado de Vinícius de Moraes, logo depois de compor uma sinfônica em Brasília.
Tom Jobim compôs, sozinho, canções belíssimas, como Águas de Março. Fez músicas antológicas com vários parceiros. Destaque para Vinícius de Moraes e Chico Buarque de Holanda. Uma pequena amostra dessa constelação de obras primas segue abaixo: Águas de Março, na voz do próprio Tom; Retrato em Branco em Preto, na voz maravilhosa de Elis Regina, tirada do CD Elis e Tom (gravado nos Estados Unidos e um dos mais belos de nossa história musical); e Eu Não Existo Sem Você, na voz marcante de Nana Caymmi.
Essas três são suficientes pra entendermos por que não percebemos o tempo passar. Na verdade, Tom Jobim nunca nos deixou. Ele sempre esteve por aqui nesses vinte anos, a desafiar modismos, a enfrentar os ventos contrários que tantos estragos fazem na nossa cultura. Está por aqui e vai continuar...




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