quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Dia do fim da impunidade dos crimes contra jornalistas


A Organização das Nações Unidas (ONU) está lançando hoje o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. Parece uma decisão meramente burocrática e formal, mas não é, por uma razão muito simples e universal. Todos sabem que é uma verdade incontestável a de que impunidade gera impunidade. E, por consequência, injustiça para todos.
Martin Luther King foi preciso ao afirmar que “a injustiça que ocorre em qualquer lugar é uma ameaça para a justiça em todos os lugares. Nós estamos presos em uma rede inescapável de mutualidade, amarrados em um único tecido do destino. O que afeta uma pessoa diretamente afeta todos indiretamente”.


Os crimes contra a liberdade de expressão e o direito dos jornalistas de denunciarem as desigualdades, a exploração e a violência são verdadeiros atentados contra a humanidade, e a impunidade representa a perpetuação e ampliação das injustiças.
Só para se ter uma ideia parcial desse problema, basta lembrarmos que a Unesco condenou, desde 2006, o assassinato de mais de 800 jornalistas em todo o mundo. Menos de 7% desses crimes foram solucionados. A Federação Nacional dos Jornalistas do Brasil registrou, no início deste ano, que os crimes contra os profissionais da comunicação cresceram em 2015 na comparação com o ano anterior. Os principais responsáveis pela violência contra jornalistas são a polícia, políticos ou assessores de políticos e manifestantes.


Não restam dúvidas que a impunidade gera impunidade e espalha injustiças. É mais do que salutar essa decisão da ONU de criar um dia no calendário para que as Nações, os estados-membro da organização e todos os segmentos mais diversos das sociedades se empenhem neste compromisso: acabar com a impunidade nos crimes contra jornalistas em todo o mundo. 

Eu apelo à mídia, à sociedade civil, à polícia e
ao sistema judiciário para que aprofundem os esforços
 para prevenir a violência contra jornalistas, para aumentar a proteção
 de jornalistas em perigo e para processar os autores dos ataques.
Encorajo todos para que se posicionem junto à UNESCO
 para condenar todos os ataques fatais contra jornalistas, para pedir a investigação completa de tais crimes, e para exigir a punição
adequada para os que cometeram tais violações.

(Mensagem de Irina Bokova – Unesco)



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