segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dia de hoje é de Drummond e não do Halloween


Desde o dia 31 de outubro de 2011, o Brasil passou a comemorar o nascimento de Carlos Drummond de Andrade, ocorrido nesta mesma data no ano de 1902, em Itabira, Minas Gerais, como o Dia D. Uma ideia maravilhosa que precisa ser preservada e ampliada, pois, realmente, o nascimento desse nosso poeta maior significa um marco para o nosso universo literário e cultural. Drummond, aquele mineiro contido, sutil e reservado, transpôs para o mundo das artes toda a profundidade da vida.


Drummond

Mundo
Mond
Rudond
Nomur
Domund
Do umor

Bem melhor comemorar esta data por Drummond do que pelo tal do Halloween, tão distante e descolado da nossa cultura. A arte de Drummond atravessou fronteiras e hoje é admirada e respeitada em vários cantos deste planeta. Nosso poeta maior é um mineiro, brasileiro, que nasceu para o mundo. A começar das letras que compõe seu nome até a universalidade da sua arte.

Para ajudar a compor mais esse Dia D, reproduzo abaixo uma singela homenagem que fiz ao poeta maior, no ano de 2011, e um vídeo muito bonito com o Poema de Sete Faces.



 

Drummond, se estivesse vivo fisicamente estaria fazendo hoje 114 anos. Digo, fisicamente, porque Drummond, assim como outras ilustres figuras do nosso mundo literário, artístico e cultural, não morreu, nem morrerá, jamais. A força do seu canto, a beleza de suas palavras e versos, a profundidade de suas frases, contidas e dilapidadas por um talento insuperável, tudo isso continua a percorrer o mundo e a encantar velhas e novas gerações.


Mundo vasto

José Carlos Camapum Barroso

 

O mundo de Drummond é vasto

Como a solidão dos homens.

Atravessa montanhas e mares

E se perde na imensidão da noite,

Na força do sol diante da lua...

 

Forte como ferro...

Feito pedra arrancada de Itabira,

De montanhas mágicas de Minas.

 

Um homem-menino, calado...

Em meio a tantas palavras

Contidas e espalhadas

Pelo mundo, vasto mundo...

 

Cabisbaixo, olhar distante,

Além, muito além do horizonte

Belo e feio, corroído pelas mãos

Humanas, penetra almas.

 

A voz, macia e rouca, vagarosamente

Desperta sonhos, prazeres

Entre homens e mulheres

 

Palavras, lâminas afiadas,

Cortam águas, rios e oceanos.

Trespassam montanhas.

Inundam de lágrimas vales

Vazios de humanidade...

 

Versos drummondianos,

Em ondas longas e curtas,

Ao pé do ouvido de Deus,

Ecoando pelo Universo,

Mansamente, em silêncio.

 

O mundo é pequeno, contido...

O de Drummond é vasto,

Expansivo e expandido

Pelo poder do artista.

 

Coração maior que ruas e avenidas...

O mundo e os homens são pequenos.

O mundo de Drummond é vasto.





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