sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Dia do não à violência contra as mulheres


É inacreditável que em pleno século XXI, no terceiro milênio da Era Cristã, mais de três séculos depois do surgimento do iluminismo, ainda estejamos num estágio de ter que lutar para que não haja violência contra as mulheres. Violências de todas as espécies, acobertadas pelo machismo, e que foram ganhando corpo e se espalhando como vírus da intolerância. Uma pandemia que há séculos assola a humanidade.

Hoje é um dia, no âmbito internacional, dedicado ao combate à violência contra as mulheres. A escolha dessa data tem uma razão de ser. E a luta, em si, tem razões diversas para existir. Precisa ser entendida, valorizada preservada em nossas memórias.



O dia de 25 de novembro de 1960 ficou conhecido mundialmente por conta do maior ato de violência cometida contra mulheres. As irmãs Dominicanas Pátria, Minerva, e Maria Teresa, conhecidas como Las Mariposas, que lutavam por soluções para problemas sociais de seu país (República Dominicana) foram perseguidas, diversas vezes presas, até serem brutalmente assassinadas por agentes do governo militar. A ditadura simulou um acidente.

Em 1981, durante o I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, o dia 25 de novembro foi escolhido como Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, em homenagem às três irmãs ativistas políticas.

Esse é um exemplo inspirador para essa luta que não deve cessar nunca, embora o ideal é que nunca houvesse a necessidade de existir. Mas, se a sua existência se impõe necessária, então, que seja de todos nós e não apenas das mulheres, despida de preconceitos e ranços que se acumularam ao longo da história. 

Ofereço esses versos a essa causa tão nobre e tão inspiradora.


Mulher
José Carlos Camapum Barroso

Nem com uma flor
Se bate numa mulher.
Ela é fonte de amor,
Pétala do bem-me-quer.

Nem com um buquê
De rosas deve apanhar...
Se nãos sabes por quê?
Logo, logo saberás

Ponhas num vaso
Um buquê de flores.
Em cima, por acaso,
Um cartão de amores.

Em volta espalhes
Rosa, lírio, jasmim...
Como a lembrar
Um canto do jardim.

Verás, então, surgir
Nos lábios da mulher
Um sorriso, elixir
Para dor qualquer...

No rosto, corado,
Verás a expressão
De um ser amado
A revelar gratidão.

E olhos... brilhantes,
Marejados de prazer,
Desejos cintilantes
Estarão a oferecer:

Abraços e beijos
Regados de emoção...
Revelarão desejos
Que brotam do coração.

Saberás que mulher
Não é para apanhar.
Não é um ser qualquer,
É o objeto do verbo amar.

(Brasília 25/11/16)

4 comentários:

  1. Obrigada Zezão por mais esse momento de doçura. Está faltando poesia nesses tempos ásperos que vivemos.

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    1. Verdade, Mônica, está faltando delicadeza neste mundo cada vez mais distante do ser humano. Obrigado por sua participação.

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