quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Entre o Natal e o Réveillon, melhor escolher os dois...


Feliz Natal
 José Carlos Camapum Barroso

Batem-se os sinos...
Acendem-se velas...
O espírito natalino
Novamente revela
A vinda de Jesus.

 A humanidade se curva
Diante dessa luz.

Pede perdão,
Agradece a Deus
Graças concedidas.

 “Tu que nos destes em vida,
A vida do filho Teu,
Nos permita a vida eterna.

Em louvor à Virgem Maria
Retira-nos das trevas,
Nos conceda um novo dia.”

Todo fim de ano traz de volta a polêmica sobre qual festa é melhor: o Natal ou Ano Novo? A desavença começa pelo recesso no ambiente de trabalho. Há aqueles que só tiram folga na semana natalina e os que preferem o fim de ano. A polêmica ganha contornos piores quando embalada por visões fundamentalistas, sejam elas expressas por religiosos ou pelos festeiros de carteirinha.
Estes últimos têm certeza que festa boa é o Réveillon e que as comemorações natalinas são cansativas, caretas e modorrentas. A turma do primeiro grupo só enxerga lascividade e pecado nas festas de fim de ano.
São duas comemorações bem distintas e cada uma com sua beleza própria e seu estilo marcante. Como é delicioso o momento natalino, em que as famílias, as pessoas mais próximas, reúnem-se para comemorar o nascimento de Cristo, e, por consequência enaltecer todos os bons ensinamentos que guiam uma parcela relevante da humanidade.
A Igreja Ortodoxa não comemora o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro, mas, no dia 7 de janeiro, pois não reconhece a reforma do calendário implantada pelo Papa Gregório, no ano de 1582, que corrigiu uma defasagem de treze dias entre a data do calendário e a data real das mudanças das estações – equinócio e solstício. Os ortodoxos continuam seguindo o calendário de Júlio Cesar, criado em 45 A.C.
Pelo mesmo motivo, só comemoram o Ano Novo no dia 14 de janeiro. Mas, na Rússia pagã, essa data estava associada ao fim do Inverno e início da Primavera, portanto, sempre comemorado no mês de março com o “renascimento da Natureza”. O Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, em 2016, foi comemorado no pôr do sol do dia 02 de outubro até o anoitecer do dia 04 de outubro, de domingo a terça-feira, marcando o início do ano 5777. Como de costume, serve para lembrar a criação do universo por Deus, bem como a aceitação da soberania d’Ele sobre o mundo.


Velho Ano Novo
José Carlos Camapum Barroso

Fim de ano é roupa branca,
Alma limpa e coração aberto,
O amor de sempre por perto
E um pipocar de esperança.

Champanhe explode no ar
E os fogos em artifícios
Colorem o céu de ilusões...
Risos e abraços nos salões
Gritos e choros pelas calçadas,
Cobertas de lágrimas e suor,
Papel picado e latas de cerveja...

Passa a noite, some a lua...
E os primeiros raios de sol
Trazem o ano novo pra rua.
Garis fantasiados de homens
Varrem restos de alegria.
O bar se fecha, abre a padaria.
Os jornais chegam mais cedo
A estampar notícias velhas
E previsões que se repetem.
O ano foi ruim, mas este será bom!
O ano acabou... O mundo, não
O mundo...? É vasto o mundo...
E eu nem me chamo Raimundo
Muito menos, Drummond.

Em todas essas festas e comemorações o que sobressai, sempre, é a beleza da solidariedade e da paz entre pessoas e povos. O que faz a grandeza de uma festa é o espírito do congraçamento, a certeza de que a verdadeira felicidade só existe quando se compartilha esse momento com o próximo.
O melhor mesmo é abraçar as duas comemorações. Um Natal regado a orações, velas e cantos natalinos não dispensa um bom vinho, uma boa comida e outras tipos de música. O Ano Novo, seja pelo calendário gregoriano, juliano, judaico ou mesmo pagão, é uma explosão de alegria junto a pessoas amigas, queridas, sem que se perca a oportunidade, também, para uma pitada de reflexão sobre o que fizemos, deixamos de fazer, ou precisaremos realizar no ano que se inicia.
É vida que segue, entre fogos e artifícios...


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