domingo, 21 de outubro de 2018

Moacyr Luz comemora 60 anos e nos dá dois presentes


Moacyr Luz, sambista da gema e de inegáveis talentos, completou 60 anos em abril, mas, foi ele quem nos deu presentes. Dois CDs com músicas suas e de vários parceiros. Um deles, o disco Nego Álvaro canta Sereno e Moacyr Luz, o segundo da carreira do cantor e sob a benção desses dois compositores cariocas. O outro presente é um disco do próprio Moacyr, com o belo título Natureza e Fé. Ambos, foram lançados pela Biscoito Fino.
Nego Álvaro conta que Moacyr Luz o chamou para conversar e disse que “como ia fazer 60 anos, queria fazer alguns discos, entre eles um dele mesmo, outro com suas parcerias com Sereno, do Fundo de Quintal, que também é um dos meus ídolos.” Não ficou apenas por aí. Moacyr também produziu e gravou Natureza e Fé, o 14º na carreira do artista e o primeiro que não tem parcerias com os tradicionais companheiros e amigos Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Hermínio Bello de Carvalho e Ney Lopes.


Nas palavras do próprio Moacyr “são parceiros novos, como Fagner, Zélia Duncan, Pretinho da Serrinha, Fred Camacho. Martinho da Vila está novamente em um disco meu porque a gente havia acabado de fazer o samba Na ginga do amor, que ele gravou comigo no disco”. A faixa que dá título ao disco é uma parceria com Teresa Cristinha, que diz bem o que é o projeto.” Fagner é coautor em “Periga” e “Samba em Vão” (na segunda, faz dueto com Moacyr). Zélia, que havia gravado Moacyr em seu último projeto, surge em “Gosto” como parceira e intérprete. Com Serjão, seu primeiro parceiro de música, ainda nos anos 70, Moacyr compôs “Jorge da Cavalaria”. “Tenho várias músicas que falam de São Jorge, não seria diferente no meu disco de 60 anos. Para “Jorge da Cavalaria” chamamos 23 Jorges, que é o número do Santo Guerreiro, para cantar o refrão. Tirando um ou outro Jorge mais famoso, como o meu querido Jorge Aragão, o Jorge Cardoso e o Jorge Perlingeiro, os outros Jorges são pessoas do cotidiano, que entraram no estúdio e cantaram de uma forma que não vou mais esquecer”, pontua Moacyr. Já Fred Camacho é o convidado na gravação de “Gostei do Laiálaiá” (Pretinho da Serrinha / Fred Camacho / Moacyr Luz).


As 12 novas canções do projeto, na visão de Moacyr, resumem sua trajetória musical e celebram os 60 anos que acabou de completar. “Aprendi com Aldir que as letras não podem ser em vão. Quando você faz uma música coloca uma tatuagem no corpo, ela ficará marcada para sempre. Então, muito cuidado com as coisas, muito respeito à música quando você quiser registra-la em um disco”, finaliza o mestre, com sabedoria.
Moacyr Luz é um grande mestre, sim. Um dos talentos em vigor que não deixa a nossa música cair no abismo da mediocridade.
Salve, Moacyr e a sua luz que vem do samba!




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