A magia da
poesia está nos sonhos que irradia. Uma poção mágica capaz de transformar pessoas,
resgatá-las do fundo de um poço onde, muitas vezes, nem percebiam que estavam
mergulhadas. O poeta, com palavras, versos, estrofes, consegue inebriar os
leitores com a mesma habilidade que os mágicos encantam as plateias nas ruas,
palcos e picadeiros.
Fazemos
essa reflexão porque hoje é o Dia Internacional do Poeta, e este ano caiu numa sexta-feira. O mundo deveria parar
por alguns instantes para referenciar esses artistas que alcançaram uma
linguagem universal, capaz de alcançar povos de diferentes culturas. Somos
grandiosos quando o tema é poesia, pois, entre tantos outros, a humanidade pode
produzir e conhecer poetas extraordinários como Homero, Shakespeare, T. S.
Eliot, Fernando Pessoa, Baudelaire, Maiakovski...
A poesia
conforta a alma, acalma a mente e dá sopro aos corações. O poeta é apenas um
instrumento por meio do qual Deus espalha contentamento à humanidade. Florbela
Espanca diz que...
Ser poeta é...
Florbela Espanca
Ser poeta
é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Já o extraordinário poeta português
Fernando Pessoa, preferiu dizer que o poeta é...
O fingidor
Fernando Pessoa
O poeta é
um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor
lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Pra comemorar o Dia Internacional do
Poeta também é prazeroso ouvir um pouco de Vinícius de Moraes. Saravá, grande poetinha!
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