quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A invisível transparência que trespassa corações


Transparência
José Carlos Camapum Barroso

Invisível transparência
Nessa malemolência
Que endurece a pele
E blinda corações.

Almas que vagueiam
Pelos quatro lados
Dum espaço redondo...
Só mentes quadradas.

Almas que se perdem
No infinito adormecem
Em buracos-negros
De tantas indiferenças.

Mãos estendidas em vão
Não superam a solidão,
Inibem, traem a indignação
De tão poucos indignados.

Invisível transparência
Em tempos modernos
De tantas lentes, contatos
Instantaneamente sós...

Almas que se amoldam
Em becos, ruas e avenidas...
Não dormem mas tiram
O sono de passantes.

Porque não acordam
Trazem recordações
Sempre desprezíveis,
Preservadas na indiferença.

Invisível transparência
De uma dor trespassada,
Transpassada no tempo
De sempre para sempre.

2 comentários:

  1. Grande Zé! Além de competente jornalista e blogueiro, é um poeta muito sensível. Abraço, meu caro amigo!

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    1. Obrigado, Ricardinho! Você sempre e gentil e atento às postagens do blog. Abraço.

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