Quem não vai longe no tempo neste dia dedicado aos reis magos? Quando se ouve músicas típicas de reisados, folias de reis... Essas cantorias nos levam aos tempos em que acompanhávamos, extasiados, a chegada e a passagem dos foliões pelas casas dos recebedores. Também pelas investidas que fazíamos de porta em porta à cata das guloseimas. Uruaçu, minha terra natal, tem uma boa tradição de Folia de Reis.
A vida nada mais
é do que um amontoado de lembranças a justificar nossa existência de hoje e a
embalar nossos sonhos do futuro. Senti isso de forma muito forte no dia de
hoje. E percebi a mesma emoção na minha mulher Stela e no amigo Nélio Bastos,
com os quais troquei mensagens e arquivos de músicas relacionados ao tema.
Stela passou o dia desmontando os enfeites de Natal, principalmente a árvore, seguindo a tradição de que todo esse aparato deve ser guardado no Dia de Reis. Enquanto fazia tudo isso, cuidadosamente, ouvia músicas relacionadas às folias de reis, aos reisados e às catiras – um universo que ela conheceu bem, pois, seu pai Geraldo Martins foi, por muitos anos, boiadeiro, tocando boiada pelo interior de Goiás, Minas e São Paulo.
Nélio é um cantor nato. Voz bonita,
muito afinada e uma enciclopédia ambulante de letras de músicas brasileiras,
guardadas e aprendidas de ouvir sua mãe cantar. Mandou a seguinte mensagem pelo
WhatsApp: “A música de folia me abriu o baú da lembrança e me levou à infância.
Ai, D'eu Sodade!!!”
A Stela fez questão de me contar que nunca viu um dia passar tão rápido e de forma tão agradável, principalmente por causa da chuva mansa e persistente que marcou esta data de Santo Reis. apesar do forte calor e da falta persistente das chuvas. Logo ela que é uma apaixonada por um dia chuvoso...
No dia 06 de janeiro de 2012,
publiquei, aqui no blog, crônicas nascidas do trabalho acadêmico de duas alunas
de Comunicação. Quem tiver um tempinho, vale a pena a leitura desse trabalho de
Luara Nunes e Nathália Coelho, que virou um livro com o título de “Mosaico
mineiro:crônica da Folia de Reis e de Monte Carmelo”.
De repente, também vale a pena
conhecer um pouco do mundo da Folia de Reis que permeia Brasília, uma cidade
nova, marcada pelos traços da modernidade. Tem um post sob o título de Folia de Reis
vive e convive com a modernidade no DF, é só clicar.
Que os três reis magos, com seus presentes de ouro, incenso e mirra continuem a estimular nossas recordações. E que também as novas gerações valorizem o folclore brasileiro, músicas e danças que permeiam essa cultura tão rica. Conta a tradição medieval que Melchior, Gaspar e Baltazar voltaram a se encontrar 50 anos depois, em Sewa, uma cidade da Turquia. Fico imaginando as lembranças desse trio 50 natais depois do primeiro Natal de Cristo...
Que os três reis magos, com seus presentes de ouro, incenso e mirra continuem a estimular nossas recordações. E que também as novas gerações valorizem o folclore brasileiro, músicas e danças que permeiam essa cultura tão rica. Conta a tradição medieval que Melchior, Gaspar e Baltazar voltaram a se encontrar 50 anos depois, em Sewa, uma cidade da Turquia. Fico imaginando as lembranças desse trio 50 natais depois do primeiro Natal de Cristo...
Recordar é viver.
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