Meio ambiente pede reflexões e compromissos com o futuro

A humanidade comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta sexta-feira (05/06), num cenário absolutamente atípico. Por consequência da Covid-19, não ocorrerão comemorações presenciais, não serão dados aqueles tradicionais abraços apertados e coletivos em defesa da terra, da água e do ar que respiramos. Ao mesmo tempo, pela primeira vez em décadas, temos a exaltar a diminuição de gás carbônico em boa parte do planeta Terra, também consequência das medidas de isolamento.

O Brasil, desde 1º de janeiro de 2109, teima em caminhar na contramão das melhores políticas voltadas para o meio ambiente. No mês de abril deste ano, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 171% em relação a igual período do ano passado, que já havia sido alto em relação a 2018. Na Mata Atlântica, onde é gerada mais de 80% da produção econômica nacional, o desmatamento sofreu um crescimento de 27% no período de 2018 a 2019 em relação a igual período anterior.

Além dos números assustadores, o discurso, as propostas e as decisões adotadas desde o início da atual gestão, no quesito meio ambiente, são assustadores. Basta recordar as palavras do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na fatídica reunião de 22 de maio, no 3º andar do Palácio do Planalto, alertando de que é preciso aproveitar o momento em que a imprensa está concentrada na pandemia da Covid-19 para tocar “os projetos infralegais” relacionados ao Iphan, ao Meio Ambiente e à Agricultura. O ministro sugere que os outros colegas do governo devem aproveitar o momento pra fazer passar a boiada.

Em tempos de pandemia, temos, felizmente, iniciativas como a do Programa das Nações Unidos para o Meio Ambiente (PNUMA), que preparou diversas atividades a serem transmitidas pelas redes sociais. O objetivo, segundo a representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú, “é utilizar esse momento complexo e difícil que a pandemia nos impôs para repensarmos nossas ações em relação ao meio ambiente”.

Em declarações nas redes sociais, ela explicou que nem sempre tomamos consciência, mas desde o alimento que consumimos à água que bebemos, o ar que respiramos e, inclusive, muitos medicamentos que salvam vidas, todos são providos pela natureza. “Quando perdemos a biodiversidade, perdemos esses serviços dos quais dependemos para existir”, alertou a representante do Programa.

Na verdade, as atividades comemorativas começaram desde o dia 1º de junho e vão até domingo (confiram na programação acima). O objetivo é marcar a semana com uma série de atividades para estimular reflexões sobre o momento atual, destacar a interdependência entre a saúde humana e a saúde do planeta e buscar entendimentos sobre como construir um mundo melhor no pós-pandemia – #PelaNatureza.

Nesta sexta, às 17 horas, o cantor e ativista ambiental Lenine tocará os clássicos de sua carreira, intercalando músicas e conversas com o curador do Museu do Amanhã, Luiz Alberto Oliveira. Na pauta: reflexões, histórias e inspiração. Entre os assuntos discutidos, nas atividades desta semana, estão: como ser sustentável na quarentena, efeitos do aquecimento global na biodiversidade e nos recifes de coral, agroecologia e a interdependência na teia da vida e educação para o desenvolvimento sustentável.

Participemos todos! Vamos abraçar essa causa que é uma das mais importantes para a humanidade. O amanhã de nossos filhos, netos, bisnetos e de futuras gerações está em jogo, hoje, aqui e agora. O Brasil ameaçado por discursos e propostas fascistas, menosprezo total e completo pelas questões ambientais e sociais, precisa acordar!

Um boa data para reflexão! Façamo-la!

Serra da Mesa, em Uruaçu, Goiás

Meu mundo é aqui

José Carlos Camapum Barroso

Lago da Serra da Mesa é essa proeza toda posta aos nossos olhos

Como cartão-postal. Árvores distorcidas brotam de um lago,

Embranquecido pela vida, amarelado pelo Sol, adormecido pela Lua.

Um cerrado que flutua sobre nossas cabeças, desafiando o homem

Na ânsia do progresso. Água cristalina paira no horizonte do amanhã,

Relembrando o passado, investindo no futuro...

Gotas turvas, com a chuva, trazem recordações...

Tristezas mergulhadas em águas tão profundas.

Alegrias que se dissipam pelos dedos, liquefeitas,

Desfeitas e refeitas na imaginação juvenil.

Somos tão frágeis ante tanta natureza...

Nossas pernas tremem, nossos olhos embaçados

Mal distinguem o bem, se perdem no infinito.

Isso é mais que Uruaçu, bom demais, esse Goiás!

Isso é Brasil, América, Terra e água do Universo

Colorido pela mão de Deus.

Isso é a natureza posta em seu próprio habitat.

Isso é Serra da Mesa!

Que beleza...