Vários
países do mundo comemoram hoje (1º/06) o Dia Internacional da Criança, entre
eles, nossos irmãos de Língua Portuguesa Portugal, Angola e Moçambique. No
Brasil, como sabemos, essa data é lembrada no dia 12 de outubro. A Organização da
Nações Unidas (ONU) estabelece o dia 20 de novembro, levando em conta que foi
nessa data aprovada a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, em 1959,
e realizada a Convenção dos Direitos das Crianças, em 1989.
Em
2020, todas essas datas serão comemoradas em meio aos efeitos nefastos da
Covid-19 em todo o mundo. A doença atinge de forma mais direta e assustadora os
idosos. Mas, há um lado trágico e preocupante relacionado às crianças.
Esse
percentual seria em média. Mas, em países da Europa e da Ásia Central, prevê-se
que o índice de pobreza venha a subir em até 44%. Para a América Latina e
Caribe, esse percentual de crescimento deve ser de 22%. O Unicef alerta que
essa crise sanitária será o estopim de uma crise “socioeconômica sem
precedentes”. As dificuldades financeiras das famílias colocam em risco anos de
progresso em redução de pobreza infantil.
Como se isso não fosse o suficiente, há ainda o problema das crianças
que têm a sua infância interrompida ao serem recrutadas por forças militares e
grupos militarizados. Segundo a ONU,
existem em pelo menos 86 países cerca de 300 mil crianças-soldados. Elas são
envolvidas ativamente nas guerras ou servem como cozinheiros, espiões,
carregadores ou mensageiros. Crianças também são utilizadas pelos
narcotraficantes e noutras formas de crime organizado.
Nas nossas mentes sempre vêm imagens de crianças felizes, saudáveis,
inteligentes, brincando, estudando e sonhando. Infelizmente, isso está muito
longe da realidade atual, e de vir a ser concretizada num futuro próximo. As crianças ou estão sendo
levadas pelas guerras, ou então são obrigadas a trabalhar para conseguir o
sustento ou ajudar as família a sobreviverem.
A humanidade precisa acordar para essa situação. Aproveitar a data de
hoje, bem como todas as outras que homenageiam as crianças, para aprofundarmos
o debate e encontrarmos soluções que evitem, ou pelo menos minimizem, tamanha
tragédia.
Ser criança
José Carlos Camapum Barroso
Há em mim uma criança
Que teima em existir,
Encher de esperança
Um coração tão frágil...
Quer abrir meus olhos
Fechados por anos a servir.
Erguer minha cabeça
Abaixada pelo tempo,
Virada pelo vento
Tempestades do existir.
Quer a mente cheia
De sonhos e ilusões,
Distante das tensões,
Em paz com o porvir.
Uma voz suave
Sussurra no ouvido
E então me acalma.
Uma criança rebelde,
Assim, é a própria paz,
Resgata minha alma
Traz de volta sonhos...
Tudo que perdi.
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