Quem
nunca se emocionou profundamente ao ouvir músicas de Evaldo Gouveia e Jair Amorim?
Quem, ao se sentir pra baixo, nunca foi buscar conforto e acalanto nas belas
letras e melodias de Evaldo Gouveia? Infelizmente, esse cearense de Óros, deixou-nos
na noite desta sexta-feira (29/05), aos 91 anos de idade, vítima da Covid-19.
Compositor
de 1.200 música e tendo gravado mais de 700 canções, ele foi interpretado por
cantores consagrados como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Alaíde Costa, Jair Rodrigues
e Maysa Monjardim, entre tantos outros. Também fez parte do lendário Trio Nagô,
ao lado de Mário Alves e Epaminondas Souza.
Evaldo
Gouveia é uma página em destaque no cenário de belas melodias e letras do
cenário musical brasileiro, como Alguém Me Disse, O Trovador, Sentimental
Demais, Brigas, O Conde, O Que Queres Tu de Mim e o clássico samba
de enredo O Mundo Melhor de Pixinguinha, entre inúmeras outras.
Natural de Orós (CE), Evaldo nasceu no dia 8 de agosto de 1928 e tinha a memória
identificada com o município de Iguatu
(CE), para onde a família do artista se mudou quando ele tinha
apenas três meses de idade. O compositor é referência da MPB da era do rádio,
período que teve seu auge nas décadas de 1940 e 1950 no Brasil.
A consagração
no Rio de Janeiro teve sua base, no fim da década de 1940,
na reputação de Evaldo Gouveia pelo circuito de bares de Fortaleza e pelas premiações
em programas de calouros da extinta Ceará Rádio Clube. Foi depois dessa fase
que o cearense ajudou a fundar o Trio Nagô. Com o grupo, trilhou um amplo
circuito de shows.
O trio
fez sucesso no programa do radialista César de Alencar (uma espécie de
"Faustão" do rádio), na Rádio Nacional (RJ). Nelson Gonçalves deu
fôlego à repercussão de "Deixe que ela se vá", música do Nagô. E
nasceram, neste período da primeira metade da década de 1950, composições
como "Somos Iguais", "Serenata da Chuva" e
"Sentimental Demais".
Em outros
palavras, hoje é um dia muito triste para a música brasileira. Perdemos um
grande compositor, um letrista refinado, que fez o Brasil cantar boleros,
sambas-canções, sambas de enredos, com amor e paixão. Evaldo Gouveia deixa
saudades, mas, também, um legado artístico que merece ser exaltado, preservado
e divulgado amplamente.
Descanse
em paz, grande mestre e um exemplo de artista para todos da nossa e das futuras
gerações.
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