Poucas
vezes a humanidade precisou tanto de fraternidade como nesse momento em que
enfrenta a pandemia da Covid-19. Fraternidade e solidariedade são irmãs
siamesas. O mundo inteiro está aprendendo que não se supera essa crise sem que
se faça uso desses atributos.
Fraternidade
no sentido que a palavra traz em si: irmandade. Somos todos irmãos nessa empreitada
ou não sairemos desse impasse global, que está, primeira e principalmente,
destruindo vidas, centenas de milhares! E depois destruindo as economias,
gerando desempregos e esfacelando as relações comerciais entre povos.
A
Fraternidade está expressa no primeiro artigo da Declaração Universal dos
Direitos Humanos ao garantir que “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e
direitos, são dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os
outros em espírito de fraternidade”.
Traduzindo, está assentada no conceito de que todos os seres humanos são iguais, devem ser tratados igualmente com dignidade e respeito, independente da orientação sexual, etnia, religião ou classe econômica.
No plano da filosofia,
a fraternidade está associada aos ideais da Revolução Francesa de igualdade e
liberdade. Esse tripé é a base daquela que é considerada, por historiadores, a
maior revolução político-social de todos os tempos. Também precisa estar materializada
na ajuda desinteressada que busca propiciar o bem a alguém que, muita vezes,
não tem conhecimento de quais são os seus direitos.
Hoje é Dia da
Fraternidade Brasileira, que foi criada a partir da Campanha da Fraternidade,
em 1961, por três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira, uma organização
humanitária da Igreja Católica. O Dia Universal da Fraternidade é o 1º de janeiro.
Sem fraternidade não sairemos dessa pandemia. Com ela, temos mais chances, inclusive, de sairmos engrandecidos de um mundo que deixa a desejar quanto a esse quesito. A saúde pública tem sido a salvação de milhões de pessoas pobres, esquecidas e relegadas à periferia dos direitos humanos universais. A saúde pública é fraternidade acima de tudo, e sairá fortalecida, com certeza.
Melhor mesmo, nesse
contexto, é ouvir o Artigo 26 do cearense Ednardo, em torno da Padaria
Espiritual que emprestou solidariedade do saber às pessoas a partir do final do
século XIX. O jornal se chamava O Pão e era distribuído pelos padeiros,
escritores, intelectuais, que sonhavam com cultura para todos, e por que não, fraternidade,
igualdade e liberdade.
Que saudade desse povo!!
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