Dia
do Abraço em pleno distanciamento social, isolamentos e até lockdown, é uma
página absolutamente nova na história das comemorações dessa data, desde que
ela foi criada há 16 anos.
A comemoração surgiu a partir
da iniciativa do australiano Juan Mann, que criou a campanha Free Hugs Campaign, em 2004, com o simples
objetivo de distribuir abraços "gratuitos" pelas ruas de Sydney,
capital da Austrália.
A opção nesse dia de
hoje é o abraço virtual. Nesses tempos modernos, de tanta tecnologia e avanços
no campo da comunicação, o mundo virtual ficou bem mais próximo do real.
Mas, nada como o abraço
presencial, sentir o calor de quem abraça, a intensidade do ato e o aconchego.
O poeta Mário Quintana fez uma comparação interessante entre o abraço e o laço.
Disse ele:
“Meu
Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço…
Uma
fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola,
vira, revira, circula e
pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com
coração,
tudo isso cercado de braço.”
O que o ZecaBlog deseja a todos nessa data é um Abraçaço, como diria Caetano Veloso, ou Aquele Abraço do maravilhoso Gilberto Gil. E no plano da poesia, o soneto do amigo, poeta e desembargador Itaney Campos, dedicado ao seu neto Lauro, ambos isolados e separados pela pandemia.
Ventania
(Para Lauro)
Itaney Campos
Nesse
drama diário, o que mais pesa
É
a falta do abraço, e essa distância
Incontornável;
ver ao longe a infância
Do
meu neto fluir, longe da mesa
Familiar;
corre o tempo voraz
Faça
sol, caia a chuva, venha o dia
Com
seu remorso, dor ou parca alegria
Nossa
voz, nesse vento , se desfaz!
Ver
correndo o menino pela casa
É
o que retém a vida dos avós:
Nos
sons dos seus passos, sua alegria!
Por
isso que em tempos de ventania
Atroz,
cala-se mais precoce a voz
Daqueles
cujo passo mais se atrasa...
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