domingo, 14 de maio de 2023

A difícil tarefa de homenagear as mães

Falar sobre Mãe é ao mesmo tempo fácil e difícil. Todos nós temos muito a dizer sobre o valor e a grandeza desse ser tão especial. Mas, ao mesmo tempo, as dificuldades são muitas. A principal delas é ter a inspiração suficientemente grandiosa e à altura de tanta beleza, quantas qualidades e inúmeros exemplos de abdicação e de amor.

Mãe, uma palavra que não tem outra que com ela rime na língua portuguesa. Procurei, procurei, mas não encontrei. Tão diferente de tudo que torna inimaginável a existência de algo com essa mesma sonoridade, que vem da alma, das entranhas do coração.

Uma afirmação questionável é a de que mãe só se tem uma. Além da minha Iracema, o ser tão especial na minha vida e dos meus irmãos, tive várias que podem ser consideradas mães. Minha tia Enoy, que foi minha babá, minha madrinha Maria Camapum, Tia Vandira, tia Irani e tantas outras que já referenciei num post antigo aqui no blog (para ler, clique aqui). Esta lista ficou ainda mais iluminada com a chegada da Vanessa Dumont Barroso, a mãe dos meus netos Juliano e Martina.

Dito isso, resolvi homenagear as mães com essas belas e sublimes palavras do mestre Itaney Campos, grande amigo, desembargador, poeta, escritor e membro da Academia Goiana de Letras no poema Ode às Mães. Resgato a minha poesia Outro Ser, que traz o desejo maior de todos os seres: a possibilidade de ter em nossas vidas a beleza e a grandeza das mães.

É um dia muito especial. Nele, a humanidade faz uma pequena pausa para homenagear um ser que tem todas as qualidades que deveriam ser próprias da natureza humana: amor, dedicação, solidariedade e humildade.

Parabéns! Beijos a todas as mães do mundo! A elas ofereço essa bela canção de B. J. Thomas, que sempre tocou minha alma e a de milhões de pessoas em todo o mundo. Quando nasci, minha mãe Iracema tinha exatamente 16 anos, como na música.


Stela, mãe dos meus filhos, e minha mãe Iracema


Ode ao Dia das Mães
Itaney Campos

Mãe nunca morre sozinha.
Com ela morre um pouco do filho, da infância, da história e dos segredos da família.          
Só a mãe os registra no frontispício da alma, na sua memória amiga, onde mais que na lembrança do filho, se reúnem seus tropeços, a fala intraduzível dos primeiros anos, os momentos de medo e as horas de pranto.                      
Com a mãe se vai a ternura única da entrega, o olhar de proteção e de muda advertência.
No colo de mãe continuam germinando as sementes da vida, ainda que a estação dos frutos haja se esgotado, e nos seus seios há um incessante jorrar de leite, a alimentar a fome dos rios da existência.
Sem mãe, não há terreno seguro, porque as fendas se abrem continuamente nas horas agrestes dos dias. Não há calendários sem mãe. O tempo se esvai na linha do caos. Não há a leveza da água transparente, a chuva amiga, acalanto dos nossos sonhos mais remotos e mais fecundos.
Mãe nunca morre sozinha, leva consigo um mundo, mas deixa o legado indelével da vida.
 
 
Outro ser
José Carlos Camapum Barroso
 
Quem me dera dar à luz
Um filho e iluminá-lo pela vida.
Dar a ele o carinho protetor,
Esconder dele o pesadelo
E trazer o sonho de amor.
 
Acordar pela madrugada
Abraçando sua presença,
Temendo pela ausência,
Livrá-lo do mal e da dor.
 
Quem me dera alimentar
Um filho com o próprio leite...
Protegê-lo com o sangue
Que jorra suave das veias.
Embalsamá-lo, se preciso...
Amá-lo eternidade afora.
Sem perder o meigo sorriso,
Nem derramar rios de lágrimas,
Trazê-lo antes de ir embora.
 
Quem me dera ter e ser
Tudo isso, Senhor, em vida.
E sonhar com a felicidade
Que das estrelas cadentes
Um dia tornar-se-ia desejo.
 
Noutra dimensão do sonho,
Este ser, então benfazejo,
Agora mais que humano,
Seria simplesmente Mãe! 


3 comentários:

  1. Lindo Zé, obrigada! Amo essa música!

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  2. Parabéns Zé! Sua sensibilidade e habilidade com as palavras tocam nosso coração. Parabéns às mulheres de sua vida!

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  3. Obrigada! Amei lembrar dessa música

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