O
Dicionário Biográfico Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas,
organizado por Thais Alves Marinho e Rosinalda Corrêa da Silva Simon, editora
Malê, lançado em agosto deste ano, é uma obra-prima e deve fazer parte da
biblioteca dos brasileiros. São biografias de cem mulheres que, de uma maneira
ou de outra, atuaram na construção do que hoje chamamos Brasil.
São
histórias de mulheres negras que lutaram por liberdade, justiça social e
igualdade de sexo, raça e religião. Entre essas joias raras, registro o texto
sobre Rosa Gomes, trabalho elaborado com esmero – como todos os outros do livro
– pela amiga e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Meire
de Carvalho, e pela pedagoga e filósofa Vânia dos Santos Silva.
As
biografias estão ordenadas por ordem alfabética. Rosa Gomes surge na página
457, num texto das duas autoras valorizado por uma visão poética, que usa Castro
Alves como fio condutor. Uma mulher potente como Oyá – Rosa “preta-mina”,
trazida pelo comércio de pessoas do continente africano no século XVIII.
Rosa
Gomes não lutou apenas pela sua liberdade. Em terras tupinambás, no estado de
Goiás, ergueu a bandeira de justiça para o povo escravizado. Chegou a comprar a
liberdade de quatro pessoas, sendo que duas delas eram do seu núcleo familiar:
sua mãe e seu filho.
Um
livro imperdível. Deve constar na lista das principais obras desse ano que hoje
chega ao fim. “Biografar mulheres negras é uma ato de coragem político-epistemológico
e uma prática de escavação”, como bem define no texto de apresentação Núbia Regina
Moreira, professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. (UESB).
Leiam e tenham em casa essa maravilha! Feliz Ano Novo para todos que amam a cultura e fazem dela a nossa razão maior de viver!
Maravilha!
ResponderExcluirObrigado!
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