O mundo é um moinho. Até o Carnaval dos Amigos passa...

Tudo nesta vida passa. Até o Carnaval dos Amigos! Parece mentira, mas a sua versão 2014, com toda a beleza que lhe foi particular, chegou ao fim na noite de sábado passado, dia 22 de fevereiro, em pleno Parque Vaca Brava, na cidade de Goiânia, sob o testemunho, aplausos e participação de centenas de pessoas que foram pra lá receber os seis blocos, indiferentes à chuva mansa e contínua que começou a cair no meio da tarde.

Já disse e nunca é demais repetir: é a melhor festa pré-carnavalesca da América Latina. Estão de parabéns os organizados desse evento, principalmente aqueles que deram o pontapé inicial, no ano de 2003, aos quais rendo minhas homenagens por meio da amiga e cunhada queridíssima Vânia Daura de Freitas Martins, que, infelizmente, nos deixou mais cedo do que o combinado.

A verdade é que Goiânia passou a ter, nesses doze anos, uma festa de repercussão regional e que já faz parte de seu calendário de comemorações e até mesmo de turismo. Só falta a prefeitura da capital goiana reconhecer isso e dar mais apoio efetivo para os organizadores desse pré-carnaval. Pra quem não conhece a festa, vale a pena um rápido histórico.

Há exatamente doze anos, em Goiânia, um grupo de amigos fazia renascer das cinzas o tradicional carnaval de rua, regado a muito chope, caipirinha, frevos e marchinhas. O Bloco dos Amigos saiu às ruas em fevereiro de 2003 e fez nascer o Carnaval dos Amigos, que com passar dos anos foi ganhando a adesão de novos foliões, chegando este ano a ter seis blocos pelas avenidas até desaguarem no parque Vaca Brava.

Como ninguém é de ferro, o bloco criou a tradição de primeiro concentrar-se em um restaurante – no início foi o Flamingo, depois passou para o clube Oliveiras Place, e este ano voltou para o Flamingo (foto). Concentração essa que começa ao meio-dia e vai até o final da tarde, com a turma alimentando-se de feijoada e procurando hidratar-se bastante com chope e caipirinha (eventualmente, um pouco d’água). Lá pelas 5h00, quando os foliões já estão devidamente aquecidos, uma bandinha de músicas carnavalescas, formada por trombones, saxes, tubas, clarinetas e instrumentos de percussão, faz a volta pelo salão, canta algumas marchinhas e depois arrasta todo mundo ladeira abaixo.

E aí, meu amigo, seja o que Deus quiser! Até chegar no Vaca Brava, é muito samba, frevo e as tradicionais marchinhas carnavalescas. Por onde passa o Bloco dos Amigos, que leva chope na carroça e muita animação, recebe aplausos e ganha adesões. O bloco cresce e ocorre o milagre da multiplicação. Ele se junta aos blocos que aderiram ao Carnaval, e todos, embalados pelas bandinhas, vão desaguar no Vaca Brava, onde a festa continua noite adentro.

Dito isso, posto minha pequena homenagem ao Bloco dos Amigos, fundador dessa festa e do qual tenho a honra de participar desde os primeiros momentos. Segue o vídeo que pode dar uma pequena ideia da nossa alegria.

Agora, faltam exatamente 349 dias para o Carnaval dos Amigos de 2015. Beijos e até lá.