sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dois poemas trazem de volta lembranças de Odessa

Odessa com os netos Ramiro e Jordano, no Rio de Janeiro que ela amava muito
Este mês fazem nove anos que minha sogra Odessa de Freitas trocou este mundo pra ficar mais pertinho de Deus. Deixou muitas saudades e uma gama de boas lembranças, principalmente pela personalidade que ostentava: forte, determinada e de uma invejável capacidade de comunicação. Dedicou boa parte da sua vida à família, aos amigos e amigas. Não os abandonava, jamais, sempre dando atenção especial nos momentos bons e ruins da vida.
Quem não a conheceu, perdeu uma extraordinária oportunidade de conviver com uma bela pessoa. Sincera, muito franca e de uma presença de espírito impressionante. Adorava o Rio de Janeiro, o Botafogo, Carlos Lacerda, Jânio Quadros, Getúlio Vargas, mas detestava Juscelino Kubitschek, Brasília e tudo que, por algum motivo, lembrasse "o comunismo". Era da UDN do lenço vermelho. Essa mulher, eternamente apaixonada pela música Serenata de Schuber, faria no dia de hoje, 5 de junho de 2015, 94 anos de idade. 
Católica, devota do padre Eustáquio.  Era mineira da gema e se orgulhava da sua gente.
Revirando nossos alfarrábios, descobrimos duas poesias que ela deixou, escritas de próprio punho. Demonstra seu lado romântico, mas também um pouco do modo duro e crítico como enxergava a vida. A poesia Regresso fala de alguns dias vividos na nossa querida Uruaçu, lá pelos idos de 1972. Já o poema Tarde Demais nos remete a uma surpreendente visão do amor, a alegria que ele nos traz, mesmo quando, supostamente, ocorre em descompasso com o tempo.
Resgato esses dois textos para matar um pouco a saudade dessa pessoa que ocupou um espaço importante na vida de todos nós.
Nove anos... como o tempo passa. Já faz quase uma década, embora pareça que foi ontem. As pessoas de personalidade marcante são capazes de desafiar até o tempo. E minha sogra marcou um tempo, uma época que está guardadinha nas nossas memórias, de todos que tiveram a oportunidade de com ela conviver.




2 comentários:

  1. Admiráveis esses textos, considerando todo o contexto da autora e a sua modéstia, que nunca permitiu que os trouxesse a público. Uma alma sensível, a de D. Odessa, ainda que tivesse uma personalidade forte.

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