Talvez
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
Duas vidas
José Carlos Camapum Barroso
Não nos
deixes assim, desalmada,
Como água
a correr pelos dedos
Fria e
indiferente aos olhares
Atônitos
e aos suplícios mil.
Não nos
deixes assim, cansada
De lutar
pela vida, que sem medo,
Segue
indiferente a seus pares,
Suplicantes,
como cordeiro vil.
Não nos
deixes agora, nesta hora
Tão
atordoante e atordoada
Em que
ecoam sinos de Natal...
E nossa
voz, angustiada, sumiu.
Não nos
deixe! Nos leve embora!
Seguiremos
pela mesma estrada,
Sobre
trilhos do bem e do mal,
A cantar
o que ninguém ouviu.
Amanhã,
então, ao acordares,
Sentirás
que, em nossos olhares,
Correm
lágrimas de adeus.
Mas
estarás em outra vida...
E nossa
alma, ainda entristecida,
Enxergar-te-á
mais perto de Deus.
Nossa lindas!!!! Você e Fernando Pessoa, são duas almas boas. Sempre na luta por um mundo melhor!!!!!
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